São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Com Alckmin, reprovação aumenta e matrículas caem

Durante gestão do tucano, ensino médio "perdeu" mais de 260 mil alunos

Campanha de candidato diz que houve melhoria do acesso ao ensino e esforços para melhorar qualidade da educação

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo, com chance de vencer no primeiro turno, Geraldo Alckmin (PSDB) viu os índices de reprovação aumentarem e o número de matrículas cair no ensino estadual durante sua gestão como governador.
No ensino médio, de responsabilidade exclusiva do governo do Estado, a reprovação cresceu de 11,2% em 2003 para 17,8% em 2006. A diferença percentual equivale a 71 mil estudantes.
No período, o ensino médio "perdeu" mais de 260 mil alunos -de 1,78 milhão em 2003 para 1,52 milhão em 2006. No ensino fundamental também houve queda de matrículas e aumento dos índices de reprovação.
Entre 2003 e 2006, 160 mil alunos deixaram de frequentar o ensino fundamental na rede estadual. O total de matriculados caiu de 3,11 milhões para 2,95 milhões. A reprovação cresceu de 5,6% para 7,4%. A alta equivale a 44 mil estudantes.
Os dados constam do relatório do grupo de acompanhamento técnico do TCE (Tribunal de Contas do Estado) referente a 2006, último ano de governo de Alckmin.
O tucano governou São Paulo desde 2001, com a morte de Mário Covas (PSDB), de quem era vice. Em 2002 foi eleito para o mandato de 2003 a 2006.
Foi esse período que a Folha analisou, com base nos dados informados pelo próprio governo ao TCE.
O governo Alckmin conseguiu, no período, reduzir a evasão escolar, segundo o relatório. É justamente nisso que o ex-governador se apega durante a campanha, quando questionado sobre a qualidade da educação.

OUTRO LADO
A equipe de campanha de Alckmin contestou os números apresentados pela Folha.
Sobre o ensino médio, a assessoria de Alckmin sustenta que a taxa de escolarização melhorou na faixa etária de 15 a 17 anos. Em nota, a equipe do tucano diz que 64,9% dos jovens dessa faixa etária frequentavam o ensino médio e que o índice passou para 66,2% em 2009.
Em relação ao ensino fundamental, a assessoria do ex-governador afirmou que não houve queda de matrículas, mas um processo de municipalização do ensino.
De fato, parte da rede tem sido transferida para os municipios, o que é recomendado pela legislação.
Segundo a assessoria de Alckmin, o processo teria ampliado o número de alunos na rede pública.
Isso explicaria o aumento da reprovação. "É natural que a uma expansão significativa do acesso corresponda uma queda nas taxas de aprovação no período subsequente. O que se deve destacar é a melhoria do acesso ao ensino médio e os esforços do governo para melhorar a qualidade da educação."


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