São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Alvo, Alckmin se esquiva de confrontos

LÍDER, TUCANO NÃO FAZ QUESTÕES A MERCADANTE, QUE O ACUSA DE "FUGIR" DO DEBATE   PT QUER RESTRINGIR CONTROLE DA IMPRENSA E MEU DIREITO DE PERGUNTAR, REAGE EX-GOVERNADOR

DE SÃO PAULO

Na dianteira das pesquisas desde o início da campanha ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) foi alvo de ataques em série dos adversários no último debate antes das eleições, ontem, realizado pela Rede Globo.
Com 51% das intenções de voto, segundo o Datafolha, o que lhe asseguraria a vitória no primeiro turno, Alckmin esquivou-se do confronto direto com o petista Aloizio Mercadante, seu rival mais direto na disputa -tem 23%.
"O Alckmin teve duas oportunidades para perguntar para mim neste debate. Mas ele chega aqui, com a possibilidade de discutir frente a frente, e foge do debate", reclamou Mercadante. "Falar mal de mim no programa de TV é fácil."
Depois de três alfinetadas do petista, Alckmin usou uma de suas falas para rebater. "O PT quer restringir o controle da imprensa e agora quer restringir meu direito de perguntar. Aqui todos somos iguais", rebateu.
Mercadante insistiu no tema: "Alckmin fez o ataque ao PT mais uma vez pelas costas, devia fazer para mim", afirmou o candidato.
O petista foi auxiliado no bombardeio por Celso Russomanno (PP). Do outro lado, o candidato do PV, Fábio Feldman, ajudou a esfriar o embate em favor do tucano. Paulo Bufalo (PSOL) desabafou: "Tem um bate-bola entre aliados aqui!"
A artilharia foi concentrada nos três calcanhares dos 16 anos de administração tucana no Estado: segurança, preço dos pedágios nas estradas e educação.
Como Alckmin conseguiu evitar o confronto com Mercadante, coube a Russomanno fazer os ataques mais duros. "Seu Estado é o Estado de "Alice no País das Maravilhas". O senhor conhece números para chuchu", disse, em alusão ao apelido que o humorista José Simão, colunista da Folha, colou no tucano, de "picolé de chuchu".
Alckmin se irritou: "Respeito é bom, e não falte com a verdade! Tem gente que não gosta de São Paulo".
"São Paulo representava 50% do PIB do país, mas hoje são 30%. As empresas fugiram daqui por causa do ICMS e do pedágio mais caro do Brasil", disse Russomanno.
"Vi uma série de informações erradas aqui. São Paulo cresce acima do Brasil", reagiu o tucano.
O ex-governador também foi criticado pelos confrontos de professores do Estado com a polícia durante greves. "Negocia-se com o cacetete na mão", disse Bufalo.

EDUCAÇÃO
Mais tarde, o candidato do PSDB voltou a ficar nervoso com uma pergunta sobre a "progressão continuada" (aprovação automática) na rede estadual.
"Vi aqui uma série de desinformações que não fazem justiça aos professores e alunos da rede estadual", disse.
"São Paulo não tem progressão continuada. Alguns querem fazer, expulsar o aluno da escola, fazer a repetência continuada com o filho do pobre. Isso é discussão eleitoreira, de véspera de eleição", afirmou.
Para se blindar, Alckmin valeu-se das regras do debate, segundo as quais quem respondia às perguntas era o último a falar. Ou seja, o tucano se preparou apenas para rebater questionamentos espinhosos e dirigiu os seus a Feldman e Paulo Skaf (PSB).
Skaf, 4% no Datafolha, optou pela linha "light".

PRESIDÊNCIA
Alckmin evitou criticar o governo do presidente Lula e citou o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, três vezes. No final, despediu-se pedindo voto ao aliado: "Com Serra presidente".
Seguindo à risca a linha da campanha na TV, Mercadante recorreu a Lula logo na primeira frase: "No governo Lula, criamos 14 milhões de novos empregos".
Depois, discorreu sobre bandeiras do governo federal, como o Bolsa Família e o petróleo da camada pré-sal.
São Paulo é o maior colégio eleitoral do país -30,3 milhões de votos (22,3%).


Texto Anterior: Lei Seca: São Paulo e outros quatro Estados liberam bebidas no dia da votação
Próximo Texto: O que disse
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.