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Alvo, Alckmin se esquiva de confrontos
LÍDER, TUCANO NÃO FAZ QUESTÕES A MERCADANTE, QUE O ACUSA DE "FUGIR" DO DEBATE PT QUER RESTRINGIR CONTROLE DA IMPRENSA E MEU DIREITO DE PERGUNTAR, REAGE EX-GOVERNADOR
DE SÃO PAULO
Na dianteira das pesquisas
desde o início da campanha
ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) foi alvo de ataques em série dos
adversários no último debate
antes das eleições, ontem,
realizado pela Rede Globo.
Com 51% das intenções de
voto, segundo o Datafolha, o
que lhe asseguraria a vitória
no primeiro turno, Alckmin
esquivou-se do confronto direto com o petista Aloizio
Mercadante, seu rival mais
direto na disputa -tem 23%.
"O Alckmin teve duas
oportunidades para perguntar para mim neste debate.
Mas ele chega aqui, com a
possibilidade de discutir
frente a frente, e foge do debate", reclamou Mercadante.
"Falar mal de mim no programa de TV é fácil."
Depois de três alfinetadas
do petista, Alckmin usou
uma de suas falas para rebater. "O PT quer restringir o
controle da imprensa e agora
quer restringir meu direito de
perguntar. Aqui todos somos
iguais", rebateu.
Mercadante insistiu no tema: "Alckmin fez o ataque ao
PT mais uma vez pelas costas, devia fazer para mim",
afirmou o candidato.
O petista foi auxiliado no
bombardeio por Celso Russomanno (PP). Do outro lado, o
candidato do PV, Fábio Feldman, ajudou a esfriar o embate em favor do tucano.
Paulo Bufalo (PSOL) desabafou: "Tem um bate-bola entre
aliados aqui!"
A artilharia foi concentrada nos três calcanhares dos
16 anos de administração tucana no Estado: segurança,
preço dos pedágios nas estradas e educação.
Como Alckmin conseguiu
evitar o confronto com Mercadante, coube a Russomanno fazer os ataques mais duros. "Seu Estado é o Estado
de "Alice no País das Maravilhas". O senhor conhece números para chuchu", disse,
em alusão ao apelido que o
humorista José Simão, colunista da Folha, colou no tucano, de "picolé de chuchu".
Alckmin se irritou: "Respeito é bom, e não falte com a
verdade! Tem gente que não
gosta de São Paulo".
"São Paulo representava
50% do PIB do país, mas hoje
são 30%. As empresas fugiram daqui por causa do ICMS
e do pedágio mais caro do
Brasil", disse Russomanno.
"Vi uma série de informações erradas aqui. São Paulo
cresce acima do Brasil", reagiu o tucano.
O ex-governador também
foi criticado pelos confrontos
de professores do Estado
com a polícia durante greves.
"Negocia-se com o cacetete
na mão", disse Bufalo.
EDUCAÇÃO
Mais tarde, o candidato do
PSDB voltou a ficar nervoso
com uma pergunta sobre a
"progressão continuada"
(aprovação automática) na
rede estadual.
"Vi aqui uma série de desinformações que não fazem
justiça aos professores e alunos da rede estadual", disse.
"São Paulo não tem progressão continuada. Alguns
querem fazer, expulsar o aluno da escola, fazer a repetência continuada com o filho do
pobre. Isso é discussão eleitoreira, de véspera de eleição", afirmou.
Para se blindar, Alckmin
valeu-se das regras do debate, segundo as quais quem
respondia às perguntas era o
último a falar. Ou seja, o tucano se preparou apenas para rebater questionamentos
espinhosos e dirigiu os seus a
Feldman e Paulo Skaf (PSB).
Skaf, 4% no Datafolha, optou pela linha "light".
PRESIDÊNCIA
Alckmin evitou criticar o
governo do presidente Lula e
citou o candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, três
vezes. No final, despediu-se
pedindo voto ao aliado:
"Com Serra presidente".
Seguindo à risca a linha da
campanha na TV, Mercadante recorreu a Lula logo na primeira frase: "No governo Lula, criamos 14 milhões de novos empregos".
Depois, discorreu sobre
bandeiras do governo federal, como o Bolsa Família e o
petróleo da camada pré-sal.
São Paulo é o maior colégio eleitoral do país -30,3
milhões de votos (22,3%).
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