São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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Crítica de senador causa mal-estar no PSDB

Aloysio cobra publicamente reformulação do partido, e presidente da sigla divulga nota para rebater questionamentos

Pano de fundo da crise é a disputa interna já pela candidatura à Presidência em 2014, que divide a legenda

VERA MAGALHÃES

DE SÃO PAULO

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

O PSDB viveu ontem mais um capítulo da disputa entre grupos internos. O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) criticou publicamente o comando da legenda. O presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), divulgou nota para rebater as acusações.
Em uma série de postagens no Twitter, Aloysio condenou a falta de organização do partido: "A quantas anda a tão alardeada reorganização do partido?" E vaticinou:
"Dessa forma, sem trabalhar direito hoje, sem formular propostas, sem organizar o partido, sem uma oposição firme agora, 2014 já era".
Guerra minimizou os ataques. Mas divulgou uma nota rebatendo as críticas de Aloysio ponto a ponto.
O texto diz que a restruturação está caminhando com ações de mobilização, que já estão sendo preparadas as candidaturas para as eleições municipais e que há uma atuação forte da oposição no Congresso, inclusive em relação aos temas polêmicos.
Não é a primeira vez que Aloysio usa redes sociais para lavar roupa suja. Há cerca de um mês, ele protestou por ter sido excluído da propaganda na TV do PSDB-SP.
O pano de fundo é a disputa interna pela candidatura à Presidência em 2014. O grupo de José Serra, ao qual Aloysio é ligado, se sente alijado das decisões da cúpula.
Uma das quedas de braço recentes se deu por conta da propaganda partidária.
Aliados de Serra pressionaram a cúpula da legenda para que ele aparecesse na TV com tempo idêntico ao do senador Aécio Neves (MG). Os dois são virtuais pré-candidatos à Presidência.
Além disso, a cúpula nacional do partido trabalha contra a possibilidade de aliança do PSDB com o PSD de Gilberto Kassab em 2012.
Em conversa com o governador Geraldo Alckmin, Guerra disse que o PSDB não deveria abrir mão da cabeça da chapa na capital.
A interferência em SP irritou aliados de Serra, que é defensor da aliança em torno do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), com um tucano na vaga de vice.
Interlocutores de Alckmin dizem que a opinião da cúpula nacional será irrelevante para definir se a aliança em São Paulo sairá ou não, e lembram que o próprio governador não aceita essa ideia.
Mas a ala do partido ligada a Sérgio Guerra vê nessa interferência o estopim da nova grita da ala serrista.
A Folha procurou ontem tanto o senador Aloysio Nunes quanto Serra, mas nenhum deles retornou as ligações para falar sobre a crise.


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