São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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Investigação de cunhado de Alckmin apura propina

Paulo Ribeiro é acusado de negociar pagamentos a políticos e servidores

Promotoria apura há dois anos a existência de uma suposta máfia da merenda, que age para subir os preços

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Paulo Ribeiro, cunhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está sob investigação do Ministério Público do Estado sob acusação de intermediar o pagamento de propinas a políticos e funcionários públicos que contratavam empresas de merenda.
A Folha revelou ontem que a Polícia Civil fez uma operação de busca e apreensão na casa de Ribeiro, irmão de Lu Alckmin. Ele é alvo de investigação que apura crimes de lavagem de dinheiro, superfaturamento e direcionamento de licitação.
A investigação é conduzida pelo promotor Arthur Lemos Jr., do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro).
A suspeita se baseia em escutas telefônicas e documentos apreendidos, aos quais a Folha não teve acesso.
A operação foi feita à procura de documentos que mostrariam detalhes sobre o caminho das comissões pagas por empresas para obter contratos públicos.
Há dois anos a Promotoria apura a existência de uma suposta máfia da merenda, que agiria como um cartel para subir os preços.
No esquema, o preço da merenda é sempre superfaturado, funcionários públicos e políticos recebem propina pelo valor mais alto, e o partido do prefeito recebe contribuição não declarada.
A apuração começou em São Paulo, mas hoje se estende a Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Maranhão. Há prefeituras ligadas a PSDB, PDT e PPS.
O nome de Ribeiro aparece na lista como suspeito de ter atuado como lobista em dois contratos com indícios de superfaturamento, com as prefeituras de Pindamonhangaba e de Taubaté.
Em Pindamonhangaba, cidade natal de Alckmin e de Lu, a prefeitura contratou a empresa Verdurama em 2005 para fornecer merendas para cerca de 30 mil alunos. O pagamento anual é de cerca de R$ 5 milhões.
Em Taubaté, há a suspeita de que Ribeiro teria ajudado a Sistal a elevar o valor do contrato de R$ 10,8 milhões para R$ 25 milhões num período de três anos, sem um grande aumento de alunos.


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