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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Serra não estanca crise, e chapa sofre novo revés
Irmão de Alvaro Dias se lança ao governo e dá palanque para Dilma no PR
Após tensas reuniões e intervenção de FHC, PSDB e DEM não obtêm acordo sobre indicação do candidato a vice
Marcelo Justo/Folhapress
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao sair de reunião entre líderes do DEM e do PSDB em hotel na capital paulista
DE SÃO PAULO
Não bastasse a crise com
DEM, a chapa José Serra-Alvaro Dias sofreu ontem um
novo revés. O senador Osmar
Dias (PDT-PR) anunciou a
decisão de concorrer ao governo do Paraná, consolidando palanque para a petista Dilma Rousseff no Estado.
Acertada ontem numa reunião entre Osmar e o ministro
do Trabalho, Carlos Lupi, a
decisão representa um duplo
golpe para a candidatura de
Serra. Além de oferecer um
palanque para Dilma, desmonta o principal argumento em favor de Dias na queda-de-braço entre PSDB e DEM
para indicar o vice de Serra.
Até ontem, Osmar dizia
que não seria candidato ao
governo do PR caso Dias, seu
irmão, fosse vice de Serra.
Ontem, porém, Osmar disse a
interlocutores que, como não
haverá "disputa direta" entre
eles, não haverá problema
em integrar outra coalizão.
Nas reuniões com o DEM,
o tucanato usou a perspectiva de implosão do palanque
de Dilma como motivo para
indicação de Dias. Com a
candidatura de Osmar, esse
trunfo não existe mais.
No final da noite, a avaliação entre líderes tucanos era
de que o lançamento da candidatura de Osmar fragiliza a
indicação de Alvaro Dias.
Esse ingrediente azedará
mais a relação com o DEM,
que ameaçou suspender sua
convenção, afinal confirmada para hoje, em Brasília. O
presidente do partido, Rodrigo Maia, disse que "se possível" a sigla apoiará Serra.
Após duas tensas reuniões, tucanos e democratas
não chegaram a um consenso. Serra atuou diretamente e
o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso foi acionado para tentar convencer os
aliados a aceitar Alvaro Dias.
A definição sairia de um
novo encontro da cúpula do
DEM ontem à noite em Brasília -o terceiro em 24 horas.
Os democratas diziam que,
sem acordo, a convenção poderia ser cancelada. O encontro acabou sem o anúncio do
fim do impasse. A decisão ficou para a convenção de hoje, que começará às 8h.
Em telefonemas aos democratas, Serra apelou para o
instinto de sobrevivência do
DEM: alegou que o veto a
Dias impõe risco não só ao
PSDB mas ao futuro da aliança. Para pressionar, tucanos
recrutaram democratas nos
Estados nos quais o DEM depende do apoio do PSDB para ser mais competitivo: a
ameaça é abandonar essas
alianças se o DEM romper
com o PSDB nacionalmente.
Convocado a pedido de
Serra, FHC pediu responsabilidade a todos na reunião. Ao
sair, não descartou o risco de
ruptura: "Certeza [de que a
aliança está mantida], nunca
pode se dizer que sim".
A cúpula do DEM chegou a
admitir até a substituição de
Dias por outro tucano, mas
mantinha o veto ao senador.
Já o PSDB insistia no tucano.
Apesar de a hipótese de recuo existir de ambos os lados, a estratégia é esticar a
corda para ver quem cede. Se
o DEM decidir manter o veto,
o PSDB terá de negociar.
Colaborou DIMITRI DO VALLE, de Curitiba
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