São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011 |
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Lula tenta convencer Dilma a acalmar PR Ex-presidente defende que sucessora procure aliados "magoados" com faxina no Ministério dos Transportes Petistas temem reação de Valdemar, que diz se sentir isolado e reunirá colegas de legenda em encontro na terça-feira
Argentina, em Brasília; em discurso, lembrou Kirchner CATIA SEABRA ANA FLOR DE BRASÍLIA Diante das ameaças do PR, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a atuar para tentar convencer a presidente Dilma Rousseff a procurar os "magoados" do partido e evitar que a crise no Ministério dos Transportes atinja outras legendas. Há duas semanas, Lula disse a aliados que, mesmo preocupado, não pretendia se intrometer no caso para evitar a imagem de tutor. Mas os recados enviados pela sigla, especialmente por emissários do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), o fizeram mudar de ideia. Ontem, os dois se encontraram na inauguração da Embaixada da Argentina, em Brasília. Chegaram a agendar uma conversa, mas Lula teve que voltar a São Paulo. Em conversa com petistas, o ex-presidente tem defendido que Dilma procure o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) e o senador Blairo Maggi (PR-MT) -além de acenar para o PR paulista, controlado por Valdemar. Lula e outros petistas foram alertados sobre o estado de espírito do aliado, que comparam ao do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) antes de ele denunciar o escândalo do mensalão. A Folha apurou que Valdemar se queixa de isolamento. Incomodado com as demissões de indicados do PR, ele convocou reunião da cúpula do partido para terça-feira. Entre os convidados está Luiz Antonio Pagot, demitido do comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Horas antes, o ex-ministro Alfredo Nascimento deve ocupar a tribuna do Senado. O governo teme que ele ataque o atual ministro Paulo Sérgio Passos. AMEAÇAS Reservadamente, dirigentes do PR avisam, em nome de Valdemar, que a crise não se restringirá ao partido. Dizem, por exemplo, que a apreensão de computadores do Ministério dos Transportes impõe riscos a outros partidos da base governista. Mensageiros de Lula já levaram sua inquietação ao governo. O chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, alertou a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que marcou reunião com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). "Tenho certeza de que não teremos problemas no Congresso", disse ele, que deve levar o vice-líder Luciano de Castro (PR-RR). No PT e no governo, prevalece a tese de que Lula é um dos poucos conselheiros de Dilma e que a faxina nos Transportes precisa acabar. O principal argumento é de que ela poderia estender a mão para a sigla sem desrespeitar os princípios técnicos e morais que impôs. Mas ontem as demissões na pasta continuaram. Texto Anterior: Execução de obras do PAC cai 10% no governo Dilma Próximo Texto: Faxina nos Transportes derruba o 22º em um mês Índice | Comunicar Erros |
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