|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parabólica cria "limbo" do horário eleitoral
Parte dos donos dos equipamentos mora num Estado, mas vê propaganda de outro
DE SÃO PAULO
DE BELO HORIZONTE
A professora Eti Cruz, 37,
mora em Vespasiano, na região metropolitana de Belo
Horizonte, e mal sabe quem
são os candidatos a governador de Minas. Mas reconhece
políticos de São Paulo que
aparecem na TV e até diz
"credo" dependendo de
quem surge na tela.
Assim como em outras 15
milhões de casas pelo país,
na dela o sinal de TV é captado por antena parabólica.
A maior parte desses brasileiros fica em um "limbo" na
época do horário eleitoral
gratuito na televisão.
Como a programação captada tem origem em outros
Estados, principalmente São
Paulo, eles não têm como
acompanhar as propagandas dos candidatos locais.
A região com maior concentração de parabólicas é o
Sudeste, com 6 milhões de
aparelhos. No Sul e no Centro-Oeste, 34% dos lares têm
o equipamento.
Os dados são de pesquisa
de 2009 feita pelo Centro de
Estudos sobre as Tecnologias
da Informação e da Comunicação, associação privada
sem fins lucrativos. O total de
eleitores é de 135 milhões.
Em áreas rurais ou em pequenas cidades, onde não há
estrutura de retransmissão
das grandes emissoras, é o
único jeito de assistir TV.
No maior Estado em área
territorial, o Amazonas, até
DVDs com programas eleitorais são enviados para comunidades onde o sinal de TV só
chega por parabólica.
Hiel Levy, do PMDB do Estado, diz que a propaganda é
enviada a moradores ligados
ao partido, que têm a missão
de exibi-la em telões.
Para ele, recursos como esse e a internet estão ajudando a suprir a dificuldade das
campanhas em áreas isoladas. Até o início da década,
diz, a propaganda tinha que
ser "primitiva", com mais
equipes de cabos eleitorais.
Outra saída, afirma, é reforçar a campanha no rádio.
Em Mato Grosso, Paulo
Leite, da campanha do DEM
no Estado, diz que a internet
passa a ter um peso maior.
(FELIPE BÄCHTOLD, ESTELITA HASS CARAZZAI E RODRIGO VIZEU)
Texto Anterior: Justiça: Ministério Público analisa liberdade de Rocha Mattos Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Pule de dez Índice
|