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Dilma senta na cadeira antes da hora, afirma Serra
Tucano acusa petista de desrespeito por ela ter dito, a um mês da eleição, que governará com a oposição
Serra diz que adversária faz na TV propaganda enganosa acerca de urbanização de favelas na cidade de São Paulo
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, acusou ontem a adversária Dilma Rousseff (PT) de desrespeito ao afirmar, em plena
disputa, que governará com
a oposição. No sábado, Dilma disse que estenderá a
mão a Serra depois de eleita.
Ontem, Serra disse que a petista está sentando na cadeira um mês antes da eleição.
"Essa declaração tem uma
certa falta de respeito para
com as pessoas. É alguém
sentando na cadeira a mais
de um mês da eleição. Quem
vai decidir quem vai sentar
na cadeira é o povo."
Em 1985, então líder nas
pesquisas, Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira de prefeito de São Paulo
para posar para uma revista.
A foto se tornou pública antes da eleição, na qual ele foi
derrotado por Jânio Quadros.
Num discurso feito na Associação de Nordestinos de
São Paulo, Serra acusou Dilma de "propaganda enganosa" na TV. Citando cenas gravadas pela adversária na favela de Heliópolis, em São
Paulo, o tucano afirmou que
a petista tenta faturar a urbanização nas favelas de Paraisópolis e Heliópolis.
Segundo Serra, o investimento federal nas obras -a
cargo da prefeitura e do Estado- é "insignificante".
Após listar benefícios nas
duas favelas, Serra alfinetou.
"Sabe quem está querendo
faturar isso? É a candidata federal, a Dilma. Outro dia ela
foi entrevistar alguém lá em
Heliópolis. Era, evidentemente, alguém ensaiado,
porque começou a falar de
planejamento estratégico da
vida. Não fizeram nada lá."
Dessa vez, Serra não poupou nem o presidente Lula.
"O governo federal anunciou que o Lula vai a Paraisópolis inaugurar. Inaugurar o
quê? Lá, tem um conjunto
habitacional que foi feito pelo município. Tem um dinheiro federal lá, de 20% a
30%. Vai lá inaugurar. Depois vai para a televisão e não
dá ideia de quem está fazendo aquilo", reclamou.
Mais uma vez, lançou dúvidas sobre a capacidade administrativa de Dilma. E encerrou seu breve discurso,
para cerca de 70 pessoas, dizendo que não tem padrinho.
"Sempre tive gente do meu
lado. (...) Mas nunca tive padrinho ou patrocinador. Eu
me apresento com o que fiz.
Não é com que os outros dizem que fiz ou vou fazer."
Após deixar o palanque,
voltou para fazer um apelo.
"Queria pedir a vocês, que
me conhecem mais de perto,
que escrevam para suas famílias no Nordeste", pediu
ele, 20 pontos atrás de Dilma
na pesquisa Datafolha. Diante dele, a anfitriã Francis Bezerra agradeceu aos tucanos
por terem criado o conselho
estadual de nordestinos.
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