São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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Serra defende mudança na aposentadoria

Ao falar a representantes do funcionalismo público, tucano diz preferir "mexer na idade do que na remuneração"

Candidato aborda tema ao ser indagado sobre fundo de previdência complementar, que nunca saiu do papel

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, admitiu ontem a possibilidade de ampliar a idade mínima para a concessão de aposentadoria no setor público, caso seja eleito.
Em reunião com representantes do funcionalismo, ele defendeu aposentadoria integral para os servidores, ainda que seja preciso aumentar o tempo de contribuição.
Embora não tenha falado explicitamente em reforma, Serra afirmou que pretende refazer a questão previdenciária no Brasil.
"Acho que isso tudo [previdência] vamos ter que rediscutir. Particularmente toda a questão previdenciária, quero refazer no Brasil de maneira realista, que funcione. Prefiro mexer muito mais na idade do que na remuneração", disse, durante reunião organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado.
Em mais uma demonstração que pensa em mudar as regras, Serra disse que essa é uma questão que deve ser examinada "com abertura".
"Para fazer uma coisa séria. Do contrário, ficamos com um pé em cada canoa nessa matéria."
À noite, Serra fez questão de explicar que um novo modelo não se aplicaria aos atuais servidores. Mas aos futuros servidores.
Já na saída do evento, Serra minimizou as declarações, alegando que aquela não era uma proposta fechada.
"Não estabeleci critério. Isso é uma coisa para discussão", alegou o candidato, dizendo-se favorável ao benefício integral para o servidor público "que, na verdade, não precisa se aposentar com 40 e poucos anos como em alguns casos ocorre".
Ele abordou o assunto ao ser questionado sobre fundo de previdência complementar. Instituído na reforma da Previdência de 2003, o fundo receberia aporte de recursos federais para financiar aposentadoria no serviço público, mas nunca saiu do papel.
Serra disse que o fato de não ter sido criado é uma prova de que a proposta do governo não era "realista".
Hoje, a idade mínima para aposentadoria no setor público é de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres. Em alguns casos pode ser de 53 anos (homens) e 48 anos (mulheres).
No encontro, Serra condenou a politização da máquina. "O Estado não pode ser obeso em função única e exclusivamente do alimento político-partidário", criticou.


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