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STF arquiva ação de Roriz e adia debate sobre Ficha Limpa
Com extinção do processo, decisão sobre a validade da lei nas eleições deste ano só sairá quando outro recurso chegar ao Supremo
FELIPE SELIGMAN
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O Supremo Tribunal Federal arquivou ontem, por unanimidade, o recurso de Joaquim Roriz (PSC), ex-candidato ao governo do DF, contra a Lei da Ficha Limpa por
perda de objeto do pedido.
Os ministros também afirmaram que todo o processo
deve ser extinto, inclusive a
decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ou seja, a
decisão da corte eleitoral sobre o caso não existe mais.
O relator do caso, ministro
Carlos Ayres Britto, propôs
que apenas o recurso de Roriz ao Supremo perdesse o
objeto e que a decisão do TSE
fosse mantida. Seguiram Ayres Britto os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen
Lúcia e Joaquim Barbosa.
Os demais ministros, porém, entenderam que a desistência de Roriz afetou todo
o processo contra ele, inclusive as decisões do TSE e do
Tribunal Regional Eleitoral.
Votaram assim os ministros José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cezar Peluso.
Os ministros não discutiram se a Lei do Ficha valerá
ou não para este ano. Essa
discussão será feita futuramente, quando o Supremo
analisar o recurso de outro
político barrado pelo TSE. Na
semana passada, o julgamento sobre o caso terminou
empatado em 5 a 5.
No dia seguinte, Roriz renunciou à candidatura e colocou em seu lugar a mulher,
Weslian Roriz (PSC).
Quando chegar um novo
recurso, os ministros recomeçarão do zero o debate.
Mas como a posição de todos
já é conhecida, o próximo julgamento não deverá se estender por mais de 15 horas,
como na semana passada.
Na prática, o impasse continua. A única forma de haver desempate é se algum ministro mudar de opinião ou
quando o presidente Lula indicar o 11º ministro, cuja cadeira está vaga desde a aposentadoria de Eros Grau.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, afirmou ontem que a falta de decisão sobre a Ficha Limpa
deixa eleitores e candidatos
em "completo desamparo".
O julgamento foi importante para conhecer a posição dos ministros sobre a lei,
segundo Daniel Seidel, secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz
da CNBB: "Foi possível observar que há uma tendência
para considerar a Lei da Ficha Limpa constitucional".
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