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Polícia Civil de SP abre inquérito contra Netinho de Paula
Policiais fotografaram imóvel onde cantor
mora; PC do B representará contra a ação
DANIELA LIMA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
A cinco dias das eleições, a
Polícia Civil de São Paulo esteve na casa de Netinho de
Paula (PC do B), candidato
ao Senado na chapa do PT.
Na última terça-feira, dois
carros da polícia foram com
um perito criminal ao condomínio do cantor para fotografar o imóvel.
Segundo a Secretaria de
Segurança Pública, foi instaurado um inquérito para
apurar se Netinho omitiu de
sua declaração de bens à Justiça Eleitoral o imóvel em que
mora, em Alphaville, no município de Barueri. A investigação é um pedido da Promotoria Eleitoral da cidade.
A ação foi criticada pelo
partido de Netinho, que deu
tom político à investigação.
O PC do B promete apresentar hoje representação à Corregedoria da Polícia Civil,
alegando que houve constrangimento e abuso de poder na abordagem policial.
Netinho está tecnicamente
empatado nas pesquisas
com Marta Suplicy (PT) na
disputa pelas duas vagas de
São Paulo ao Senado. Aloysio Nunes, candidato do
PSDB, está em terceiro lugar.
À Folha, a presidente do
PC do B em São Paulo, Nádia
Campeão, disse que Netinho
não foi notificado, e que os
policiais tentaram entrar na
casa do candidato. Ela afirmou que agentes fotografaram a garagem e registraram
imagens pelas janelas.
Campeão questionou a
atuação da Polícia Civil em
apuração de suposto crime
eleitoral. "Quem faz isso é a
Polícia Federal. Foram à casa
dele e não entraram porque
ninguém deixou", disse.
Netinho mora em uma casa avaliada em cerca de R$ 2
milhões. O cantor, no entanto, não declarou o imóvel à
Justiça Eleitoral.
Ele disse ao partido que o
bem foi doado aos filhos e está apreendido pela Justiça
por conta de processos trabalhistas aos quais responde.
Em 2008, quando se elegeu vereador, Netinho declarou um patrimônio de R$ 1,3
milhão ao TSE. Neste ano,
disse ter R$ 192 mil em bens.
A casa agora sob investigação está entre os bens que
saíram da declaração do candidato ao Senado.
Segundo a Polícia Civil, foram feitas apenas fotografias
das áreas externas da casa.
Procurado pela Folha, o
Ministério Público Eleitoral
de Barueri afirmou, em nota,
que o inquérito foi instaurando para apurar a suposta
ocultação de bem por conta
de uma "representação enviada ao Ministério Público".
O órgão, no entanto, não
quis informar o nome do autor da representação.
O secretário nacional do
PC do B, Walter Sorrentino,
disse, em seu blog, que a
atuação da polícia ocorreu ao
"arrepio da lei".
"Um episódio desse exige
que as autoridades se expliquem, sob pena de demonstrar descaso com os direitos
civis", afirmou o secretário-geral da sigla.
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