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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Dados de dirigente tucano foram acessados sem motivo por gerente do BB em Maricá
Em depoimento à PF, servidor admitiu que viu os dados de Eduardo Jorge, mas alegou que foi por engano
Acesso foi em agência em que tucano recebeu depósito de R$ 3,9 mi por conta de espólio; banco nega irregularidades
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Os dados bancários do vice-presidente do PSDB,
Eduardo Jorge, foram acessados sem motivo por duas vezes em uma agência do Banco do Brasil em Maricá (RJ).
Em depoimento à Polícia
Federal na quarta-feira, o gerente de contas do BB Márcio
Vinícius Alves afirmou que
no dia 26 de março deste ano
consultou por engano, em
dois momentos, a conta corrente do dirigente tucano. Alves contou à PF que fez os
acessos às 11h29 e às 11h30.
Segundo a versão do servidor, atualmente lotado em
agência do BB em Niterói
(RJ), na ocasião foi feita
"uma reclamação de cliente
repassada pela telefonista da
agência, questionando um
depósito não creditado".
Ele disse que recebeu as
informações do suposto
cliente em um pedaço de papel, com o nome, agência,
conta e valor do depósito
questionado. Porém, ao fazer
o acesso, verificou "inconsistência dos dados", ou seja,
que o titular da conta acessada não era o cliente que havia
ligado reclamando.
Para a defesa de EJ, que já
suspeitava do acesso imotivado, não há dúvida de que o
sigilo bancário foi violado.
"O Banco do Brasil precisa
investigar de maneira definitiva os motivos pelos quais as
informações da conta corrente do meu cliente foram acessadas em Maricá", afirmou a
advogada do tucano, Ana
Luísa Pereira.
Conforme a Folha revelou
em junho, a chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff
(PT) à Presidência fez circular dados fiscais e financeiros
sigilosos do tucano.
Integrantes do grupo obtiveram informações de série
de três depósitos na conta de
EJ no BB no valor de R$ 3,9
milhões, além de cópias de
cinco declarações completas
de seu Imposto de Renda.
Foi em Maricá que EJ vendeu imóveis do espólio de
seu sogro, o que justificou os
depósitos de R$ 3,9 milhões.
O tucano afirmou que não
tem nem nunca teve conta
em agência em Maricá.
Em setembro, o BB já havia informado à PF que a conta de EJ havia sido acessada
cinco vezes entre 2009 e
2010, em Brasília, onde o tucano tem conta, e em Maricá.
Contudo não havia explicado
as razões da consulta no Rio.
Seis dias antes do depoimento do servidor, o BB encaminhou novo ofício à polícia afirmando que o procedimento adotado não apenas
pelo então gerente em Maricá
como pelos outros servidores
que acessaram a conta de EJ
estavam "em compatibilidade com as funções por eles
desempenhadas".
Entretanto o banco não detalhou quais dados foram
acessados nem se eles foram
copiados ou impressos. Também não mencionou a possibilidade de erro do gerente.
O gerente do BB disse que,
ao perceber não se tratar do
cliente que reclamava do depósito não creditado, "não
prosseguiu nas demais checagens" nem "imprimiu nem
consultou demais dados cadastrais daquela conta".
Ontem, por meio da assessoria de imprensa, o BB informou que, "até o momento, as
informações sobre acessos
realizados à conta do cliente
Eduardo Jorge não configuram quebra do sigilo".
Além de negar a violação,
o banco afirmou que as consultas "são compatíveis com
atividades bancárias e, por
tais motivos, não exigem novas providências".
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