São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Lula minimiza fala do papa sobre aborto

Presidente diz que não viu novidade na declaração de Bento 16 e que esta é a posição da igreja "desde que ela existe"

Em Recife, sem poder discursar devido à Lei Eleitoral, Lula faz uma caminhada de apoio à candidatura de Dilma

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou ontem a declaração do papa Bento 16, que condenou o aborto e conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar o voto dos católicos.
Em Roma, o papa reiterou a posição católica sobre o aborto, condenando o uso de projetos políticos que defendam aberta ou veladamente sua descriminalização.
"Eu não vi nenhuma novidade na declaração do papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe", avaliou Lula, após visitar o Salão do Automóvel, na capital paulista.
Questionado sobre a proximidade do discurso do papa com a eleição no Brasil, o presidente preferiu não polemizar: "Isso pode ser falado a qualquer momento: ontem, hoje ou amanhã. Toda vez que você questionar um papa sobre a questão do aborto ele vai dizer exatamente o que disse o Bento 16".
Às vésperas da eleição, Lula pediu também a eleitores indecisos que votassem na candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff: "Se não tiver candidato ainda, vote na minha candidata", disse.
Ele também criticou a abstenção. "A única coisa que posso pedir ao povo brasileiro é que no domingo compareça para votar. É o momento de a gente escolher quem vai governar esse país, é que compareçam para votar."
Ele aproveitou para criticar o nível da campanha eleitoral e dizer que Dilma sofreu "preconceito": "Fico triste porque a campanha teve um nível muito baixo. Eu acho que a candidata Dilma foi vítima do preconceito contra a mulher brasileira".
Depois do evento, ele foi ao Hospital Sírio-Libanês para visitar o vice-presidente José Alencar, internado desde segunda com um quadro de suboclusão intestinal. A seguir, foi para o aeroporto, de onde viajou para Recife.

RECIFE
Na capital de Pernambuco, Lula participou de uma caminhada de apoio a Dilma. Tratado como um popstar, Lula foi aclamado por uma multidão que tomou cerca de 2,5 quilômetros da avenida Conde da Boa Vista.
Sob chuva, Lula correspondeu aos gritos dos militantes e brincou: sobre um caminhão, fingiu que se protegia da água com uma pequena sombrinha de frevo e, em seguida, usou um chapéu de couro branco sertanejo.
Sem poder discursar por força da Lei Eleitoral, que proíbe comícios às vésperas da eleição, o presidente ainda tentou lembrar a multidão que o evento era a favor de Dilma. Ergueu uma bandeira da candidata, colocando-a sobre a cabine do caminhão.
Em vão. O carro de som tocava "Lula-lá", e os militantes gritavam seu nome dele e refrões como "Lula, guerreiro do povo brasileiro".


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