São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011

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Lula, Dilma e 8 mil se despedem de Alencar

Ex-presidente se emociona ao prestar homenagem ao empresário que foi o fiador político de sua chegada ao poder

"Nós todos sentimos muito", afirmou Dilma; vinte parentes do vice foram ao velório, no Palácio do Planalto

Segio Lima/Folhapress
Cadetes das Forças Armadas sobem a rampa do Palácio do Planalto carregando o caixão com o corpo de José Alencar

DE BRASÍLIA

Demonstrando muita emoção e cansaço com a viagem de volta de Portugal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff despediram-se juntos de José Alencar, vice de Lula durante seus oito anos de mandato e principal fiador político de sua eleição em 2002.
Em cerimônia com honras fúnebres de chefe de Estado no Palácio do Planalto, o corpo de José Alencar foi visto por mais de 8.100 pessoas, segundo o último balanço da Presidência da República.
Dilma e Lula só chegaram ao velório às 21h28. Eles estavam em Portugal, onde o ex-presidente recebeu o título de doutor honoris causa, concedido pela Universidade de Coimbra.
Ao chegar, Lula deu um forte abraço em Josué Gomes, filho de Alencar. Dilma, de preto, conversou durante alguns minutos com Mariza, viúva do vice, que demonstrava cansaço e abatimento por ter passado a maior parte do tempo ao lado do marido. "Nós todos sentimos muito", disse Dilma.
Ao lado do caixão, sob os olhares de quase todos os ministros e outras cerca de 200 autoridades, Lula chorava a todo momento e deu um beijo na testa de Alencar, gesto repetido pela ex-primeira dama Marisa Letícia.
Dilma, mais comedida, observou o rosto de Alencar por alguns segundos e despediu-se do vice-presidente com um toque em suas mãos.
Cerca de 20 parentes de Alencar compareceram ao velório, que teve uma missa pela manhã e uma cerimônia religiosa à noite, este com a presença de Dilma e Lula.
O velório começou às 11h05, quando o corpo de Alencar chegou em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado por tanques e jipes militares. O caixão foi carregado pela rampa do Planalto por seis cadetes, acompanhado por uma salva de 21 tiros de canhão.
A família de Alencar decidiu que o corpo será cremado hoje em Belo Horizonte, após novo velório, desta vez no Palácio da Liberdade, sede histórica do governo mineiro. Dilma e Lula irão à cerimônia, que também será aberta ao público, às 9h.
A maneira bem-humorada com a qual Alencar lidava com o câncer no intestino foi abordada por autoridades presentes. O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) afirmou que, ao chegar ao céu, "o Criador deve ter dito: oi Zé, achei que você não vinha mais". O ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social) afirmou que "Alencar deve estar lá em cima tomando uns goles".
O também ex-ministro José Dirceu afirmou que perdeu "quase um pai".


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