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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Governo atua para que PT se alie a Roseana no MA
Objetivo é reverter a decisão do partido de apoiar Flávio Dino, do PC do B
Padilha se reuniu com dirigentes estaduais, em esforço para evitar
o desgaste de uma intervenção formal
ANDREZA MATAIS
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS
O governo federal interveio para assegurar o apoio
do PT à reeleição da governadora Roseana Sarney
(PMDB). O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reuniu nas últimas semanas com dois dirigentes petistas do Maranhão
para tratar do assunto, segundo a Folha apurou.
O esforço tem como objetivo rever a decisão do partido
no Estado em apoiar a candidatura de Flávio Dino (PC do
B) sem a necessidade de uma
intervenção.
O PT tenta evitar problemas à aliança nacional do
partido com o PMDB em torno da pré-candidata Dilma
Rousseff.
Alexandre Padilha entrou
em campo logo após o PT ter
decidido por 87 a 85 votos
que iria apoiar a candidatura
do PC do B, no fim de março.
Uma das pessoas que Padilha procurou para tentar
reverter o apoio ao comunista foi seu amigo Marcio Jardim. "Ele tem ascensão sobre
mim, mas jamais me faria essa proposta [de mudar de lado]", disse Jardim. Padilha
nega a conversa.
O ministro também tratou
do assunto com o ex-deputado federal Washington Luz.
"O que a direção nacional
do PT me fala e o próprio ministro Padilha é que gostariam que nós resolvêssemos
a questão aqui [pelo Maranhão] porque é melhor, menos ônus para eles fazerem
essa pressão junto ao partido
do Estado", afirmou Luz.
Padilha confirma o encontro com Luz, mas nega ter falado sobre o Maranhão.
No dia seguinte à reunião
entre Padilha e Luz, em 12 de
maio, o ex-deputado começou a coletar as assinaturas
para o abaixo-assinado em
favor de Roseana.
Esse documento está sob
suspeita de ter sido elaborado mediante compra de votos dos partidários de Dino
para mudarem de lado e passarem a apoiar a candidata
do PMDB.
INVESTIGAÇÃO
Nesta segunda-feira, o deputado federal Eduardo Cardozo, secretário-geral do partido, desembarca em São
Luís para investigar o caso.
Reportagem da revista "Veja" mostrou petistas denunciando a compra de votos,
que teria sido intermediada
por pessoas do próprio partido da ala pró-Roseana no
Maranhão.
A Folha apurou que está
em curso uma "operação
abafa". Cardozo telefonou na
última semana a dirigentes
do partido no Estado para saber se há prova documental
ou testemunhal da propina.
Ouviu que não.
Três das quatro pessoas
ouvidas pela Folha disseram
ter recebido a proposta de
compra de voto por até R$ 40
mil e negaram ter gravações.
Todos foram orientados a
não falar mais no assunto.
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