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ENTREVISTA PAULO SKAF
"Lula me sugeriu que entrasse na política"
Empresário diz que trabalhará ao lado dos secretários de Segurança, Saúde e Educação
DE SÃO PAULO
O empresário Paulo Skaf
promete levar os secretários
de Segurança, Saúde e Educação para trabalhar dentro
do Palácio do Governo: "São
três áreas que pretendo
acompanhar de perto".
(FG)
Folha - Quais serão as principais plataformas de campanha do sr.?
Paulo Skaf - Os velhos problemas serão as prioridades.
Ao discutir saúde, educação
e segurança, parece que você
está sendo repetitivo. Mas,
lamentavelmente, as preocupações do povo de São Paulo
há 20 anos eram essas.
Por que o sr., que tem uma
carreira sólida no meio empresarial, entrou na política?
Como muita gente, eu vinha reclamando dos políticos, da falta de eficiência
dentro da administração. Um
dia comentei com o presidente Lula. E ele me sugeriu: "Ô
Skaf, entra na política e faz
de forma diferente". Achei a
ideia boa, aceitei o desafio.
O que distingue sua candidatura das demais de oposição?
Vamos falar de educação.
Nossa proposta é os nove
anos do ensino fundamental
em tempo integral. Depois,
no ensino médio, é meio período. E, no contraperíodo,
cursos técnicos. Não conheço proposta dessa forma. Da
mesma forma, quando falo
em descentralizar o governo
estadual, em criar subgovernadorias nas regiões administrativas. São exemplos.
Pode citar.
Pretendo ter os secretários
de Saúde, Educação e Segurança dentro do Palácio do
Governo e acompanhar de
perto tudo isso. Na segurança, quero investir em tecnologia e informação, na formação do policial. E melhorar a
remuneração para que não
vejam o governo como bico.
À Justiça o sr. declarou ter
participação na Skaf Participações e Administração de
Bens Ltda. É uma indústria?
Trabalhei 22 anos na indústria têxtil, depois redirecionei meus negócios. Essa
Skaf Participações é uma sucessora da Skaf Indústria
Têxtil, que deixou de ser indústria têxtil. Participo, no
setor têxtil, como vice-presidente do Conselho da Paramount [Grupo Paramount
Têxteis]. A Skaf Participações, hoje, constrói e aluga.
O sr. teve a oportunidade de
conhecer a vida das pessoas
de classes mais pobres?
Esse trabalho à frente do
Sesi, do Senai [instituições
sociais do sistema Fiesp]... As
pessoas são simples. Como
industrial, sempre fui muito
próximo de todos que trabalhavam comigo. Sempre tive
contato e tal. E, em todo lugar
que vou, gosto muito de conversar com as pessoas. Quando a gente circula nas ruas,
quanto mais simples as pessoas, me dá bastante prazer
de conversar, ouvir e sentir.
Na Operação Castelo de
Areia, a PF acusou o sr. de servir como intermediário entre
a Camargo Corrêa e partidos
políticos em transações ilegais. O sr. participou disso?
A Polícia Federal não acusou nada. Divulgaram uma
interceptação telefônica em
que foi conversada uma doação legal. Em época de eleição, é muito natural deputados e senadores procurarem
o presidente da Fiesp. No caso dessa empresa [Camargo
Corrêa], todos os casos destacados foram comprovados com recibo.
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