São Paulo, sábado, 31 de julho de 2010

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ENTREVISTA PAULO SKAF

"Lula me sugeriu que entrasse na política"

Empresário diz que trabalhará ao lado dos secretários de Segurança, Saúde e Educação

DE SÃO PAULO

O empresário Paulo Skaf promete levar os secretários de Segurança, Saúde e Educação para trabalhar dentro do Palácio do Governo: "São três áreas que pretendo acompanhar de perto". (FG)

Folha - Quais serão as principais plataformas de campanha do sr.?
Paulo Skaf
- Os velhos problemas serão as prioridades. Ao discutir saúde, educação e segurança, parece que você está sendo repetitivo. Mas, lamentavelmente, as preocupações do povo de São Paulo há 20 anos eram essas.

Por que o sr., que tem uma carreira sólida no meio empresarial, entrou na política?
Como muita gente, eu vinha reclamando dos políticos, da falta de eficiência dentro da administração. Um dia comentei com o presidente Lula. E ele me sugeriu: "Ô Skaf, entra na política e faz de forma diferente". Achei a ideia boa, aceitei o desafio.

O que distingue sua candidatura das demais de oposição?
Vamos falar de educação. Nossa proposta é os nove anos do ensino fundamental em tempo integral. Depois, no ensino médio, é meio período. E, no contraperíodo, cursos técnicos. Não conheço proposta dessa forma. Da mesma forma, quando falo em descentralizar o governo estadual, em criar subgovernadorias nas regiões administrativas. São exemplos.

Pode citar.
Pretendo ter os secretários de Saúde, Educação e Segurança dentro do Palácio do Governo e acompanhar de perto tudo isso. Na segurança, quero investir em tecnologia e informação, na formação do policial. E melhorar a remuneração para que não vejam o governo como bico.

À Justiça o sr. declarou ter participação na Skaf Participações e Administração de Bens Ltda. É uma indústria?
Trabalhei 22 anos na indústria têxtil, depois redirecionei meus negócios. Essa Skaf Participações é uma sucessora da Skaf Indústria Têxtil, que deixou de ser indústria têxtil. Participo, no setor têxtil, como vice-presidente do Conselho da Paramount [Grupo Paramount Têxteis]. A Skaf Participações, hoje, constrói e aluga.

O sr. teve a oportunidade de conhecer a vida das pessoas de classes mais pobres?
Esse trabalho à frente do Sesi, do Senai [instituições sociais do sistema Fiesp]... As pessoas são simples. Como industrial, sempre fui muito próximo de todos que trabalhavam comigo. Sempre tive contato e tal. E, em todo lugar que vou, gosto muito de conversar com as pessoas. Quando a gente circula nas ruas, quanto mais simples as pessoas, me dá bastante prazer de conversar, ouvir e sentir.

Na Operação Castelo de Areia, a PF acusou o sr. de servir como intermediário entre a Camargo Corrêa e partidos políticos em transações ilegais. O sr. participou disso?
A Polícia Federal não acusou nada. Divulgaram uma interceptação telefônica em que foi conversada uma doação legal. Em época de eleição, é muito natural deputados e senadores procurarem o presidente da Fiesp. No caso dessa empresa [Camargo Corrêa], todos os casos destacados foram comprovados com recibo.


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