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Última edição impressa do "JB" circula hoje
Dívidas levaram ao fim do diário, de 119 anos; marca será mantida em versão on-line
MARCELO BORTOLOTI
DO RIO
A última edição impressa
do "Jornal do Brasil", um dos
mais antigos diários do país,
circula hoje. A partir de amanhã, o jornal terá apenas
uma versão on-line.
Criado em abril de 1891 pelo escritor Rodolfo Dantas, o
"JB" ajudou a definir os rumos da imprensa brasileira.
Por sua Redação passaram
jornalistas como Janio de
Freitas, Marcos Sá Corrêa e
Zózimo Barroso do Amaral,
além de escritores que assinavam colunas regulares, a
exemplo de Manuel Bandeira, Clarice Lispector e Carlos
Drummond de Andrade.
O jornal vivia há décadas
em crise financeira, com dívidas trabalhistas crescentes e
queda na circulação.
Atualmente, na gestão do
empresário Nelson Tanure,
que arrendou o uso da marca
por 60 anos, tinha dificuldade para manter seu custo
operacional (cerca de R$ 3
milhões por mês) diante da
queda na circulação e de um
passivo estimado em R$ 100
milhões em dívidas.
Tanure já tinha feito outras incursões pela mídia. Em
2002, comprou os direitos de
publicação da revista "Forbes", no Brasil, que um ano
depois rompeu o contrato.
Em 2003, arrendou o jornal econômico "Gazeta Mercantil", que também tinha
grande passivo e deixou de
funcionar no ano passado.
Em 2008, o "Jornal do Brasil" tinha uma tiragem média
de 95 mil exemplares diários.
Este ano, caiu para 20 mil.
Tanure não quis comentar
o fim da circulação.
Para a versão digital, o jornal pretende manter uma
equipe de 150 jornalistas e
profissionais da área comercial e administrativa.
Em comunicado a seus leitores, o jornal diz que se tornará o primeiro veículo 100%
digital do país. A versão on-line para assinantes custará
R$ 9,90 mensais.
Hoje, ao meio-dia, no centro da cidade, o Sindicato dos
Jornalistas do Rio de Janeiro
fará um ato contra o fim da
versão impressa, com a participação de ex-funcionários
do "JB".
HISTÓRIA
O jornal nasceu como um
veículo monarquista em pleno regime republicano. Chegou a ser empastelado no primeiro ano por sua cobertura
favorável a D. Pedro 2º. Nessa
época, tinha em seus quadros nomes como Joaquim
Nabuco e Rui Barbosa.
Em 1959, realizou uma revolucionária reforma gráfica
e editorial. Além da diagramação mais limpa e moderna, passou a trazer um noticiário claro e objetivo.
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