São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2010

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Serra diz que não olhará "camisa partidária" de governador

Tucano afirmou em Minas, onde participou de carreata, que, se for eleito, fará governo de união, "sem vinganças, sem ódio"

BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO A SÃO BERNARDO DO CAMPO

A exemplo da adversária Dilma Rousseff (PT), o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, afirmou ontem em Belo Horizonte que, se for eleito, fará um governo de união.
Após almoço com o senador eleito Aécio Neves e o governador Antonio Anastasia, ele disse que governará com "todos os governadores e todos os prefeitos".
"Que os governadores não tenham nenhuma preocupação. Se eleito, vou trabalhar com cada um deles, independente da camisa partidária, pelo povo do seu Estado. Todos os governadores e todos os prefeitos", disse, após carreata em região de classe média alta da capital mineira.
Serra afirmou que seu governo será "sem vinganças, sem ódio" e que mesmo os que votarem em Dilma "não serão tratados como inimigos a serem destruídos".
Ele e Aécio evitaram criticar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha petista.
"Sempre tive uma relação, como o Serra sempre teve também, pessoal com o presidente, respeitosa e até mesmo de amizade com o presidente da República. Em alguns momentos, o presidente da República foi além de onde deveria ir", disse Aécio.
Serra ironizou declaração de Dilma mais cedo, segundo a qual manterá relação "íntima e forte" com Lula, se eleita. "A gente sabe que ninguém governa no lugar de ninguém. Não existe governo terceirizado. Não é problema nem de se é bom ou ruim. Isso não existe", disse.
À tarde, o presidenciável fez carreata com o governador eleito Geraldo Alckmin em São Bernardo do Campo (SP), berço do PT. O ato foi marcado por ataques aos institutos de pesquisa, que projetam a vitória de Dilma hoje.
Ao lado do candidato, o locutor pediu à população que não acredite nos levantamentos. "Chega de falcatruas, de mentiras e de pesquisas enganosas", discursou, depois de improvisar um slogan contra os institutos: "As pesquisas vão cair por terra, presidente é Serra."
Serra se disse otimista, mas voltou a reclamar da disputa com Dilma: "Estivemos na batalha o tempo todo, uma batalha desigual". Sem citar a rival, disse ter enfrentado dificuldades impostas por quem "trata adversários como inimigos". "Mas soubemos ignorar essas questões sem nos intimidar."
Assim que o tucano partiu, o locutor voltou ao microfone e passou a imitar a voz rouca de Lula: "Companheiros, votem no José Serra", disse.

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