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Serra diz que não olhará "camisa partidária" de governador
Tucano afirmou em Minas, onde participou de carreata, que, se for eleito, fará governo de união, "sem vinganças, sem ódio"
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO A SÃO BERNARDO DO CAMPO
A exemplo da adversária
Dilma Rousseff (PT), o candidato do PSDB ao Palácio do
Planalto, José Serra, afirmou
ontem em Belo Horizonte
que, se for eleito, fará um governo de união.
Após almoço com o senador eleito Aécio Neves e o governador Antonio Anastasia,
ele disse que governará com
"todos os governadores e todos os prefeitos".
"Que os governadores não
tenham nenhuma preocupação. Se eleito, vou trabalhar
com cada um deles, independente da camisa partidária,
pelo povo do seu Estado. Todos os governadores e todos
os prefeitos", disse, após carreata em região de classe média alta da capital mineira.
Serra afirmou que seu governo será "sem vinganças,
sem ódio" e que mesmo os
que votarem em Dilma "não
serão tratados como inimigos a serem destruídos".
Ele e Aécio evitaram criticar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha petista.
"Sempre tive uma relação,
como o Serra sempre teve
também, pessoal com o presidente, respeitosa e até mesmo de amizade com o presidente da República. Em alguns momentos, o presidente da República foi além de
onde deveria ir", disse Aécio.
Serra ironizou declaração
de Dilma mais cedo, segundo
a qual manterá relação "íntima e forte" com Lula, se eleita. "A gente sabe que ninguém governa no lugar de
ninguém. Não existe governo
terceirizado. Não é problema
nem de se é bom ou ruim. Isso não existe", disse.
À tarde, o presidenciável
fez carreata com o governador eleito Geraldo Alckmin
em São Bernardo do Campo
(SP), berço do PT. O ato foi
marcado por ataques aos institutos de pesquisa, que projetam a vitória de Dilma hoje.
Ao lado do candidato, o locutor pediu à população que
não acredite nos levantamentos. "Chega de falcatruas, de mentiras e de pesquisas enganosas", discursou, depois de improvisar
um slogan contra os institutos: "As pesquisas vão cair
por terra, presidente é Serra."
Serra se disse otimista,
mas voltou a reclamar da disputa com Dilma: "Estivemos
na batalha o tempo todo,
uma batalha desigual". Sem
citar a rival, disse ter enfrentado dificuldades impostas
por quem "trata adversários
como inimigos". "Mas soubemos ignorar essas questões sem nos intimidar."
Assim que o tucano partiu,
o locutor voltou ao microfone
e passou a imitar a voz rouca
de Lula: "Companheiros, votem no José Serra", disse.
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