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Dárcy se compara a prefeitos assassinados

Ao lado de irmã, prefeita de Ribeião convocou a imprensa para se defender de acusações e fazer discurso dramático

Dárcy diz que enfrenta problemas da cidade, assim como Toninho, de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), fez um pronunciamento dramático ontem e se comparou a prefeitos assassinados na história recente. Ela fez o discurso na prefeitura, ao lado da irmã Marli da Silva Vera.

Os nomes das duas foram envolvidos no suposto esquema para "furar" sorteio de casas populares mediante pagamento de até R$ 3.000.

Dárcy se diz vítima de um complô a serviço de "inescrupulosos interesses políticos" devido às eleições de 2012 e afirmou ter sofrido ameaças de morte desde quando decidiu ser candidata à prefeitura, no início de 2008.

Nesse momento, Dárcy se comparou a prefeitos assassinados por motivos, segundo ela, políticos, como os petistas Celso Daniel (Santo André) e Antonio da Costa Santos, o Toninho (Campinas), e o tucano Braz Paschoalin (Jandira).

Alterando entre voz emocionada e um tom desafiador, a prefeita se classificou como "mulher corajosa que enfrenta problemas" e disse ser esse o motivo para o que chama de trama para seu "linchamento político e moral".

"Não sei os interesses de quem eu atingi [ao ser eleita], não tenho essa visão, mas gostaria que essa entrevista fosse gravada porque, quando o Celso Daniel enfrentou o problema, ele foi morto. E o Toninho do PT, também."

E continuou: "Espero chegar ao final da história e conseguir provar que eu e minha irmã jamais faríamos coisas tão ridículas, criminosas".

Enquanto discursava, Dárcy era "interrompida" por palmas puxadas por assessores e secretários -a plateia foi composta também pela maioria da base governista da Câmara e servidores.

Em seu discurso, ela fez questão de dizer que sua irmã é conhecida como Marlizinha e não "Chaveirinho", como uma das suspeitas a chamou. Ao final, Dárcy e a irmã saíram da sala sem dar chances de perguntas aos jornalistas.

INVESTIGAÇÕES

O suposto envolvimento da prefeita no esquema está sob investigação do delegado Marcelo Velludo e do Ministério Público. A prefeita disse que também quer que a Delegacia Seccional e a Procuradoria-Geral do Estado entrem no caso.

Em pedido enviado aos órgãos, Dárcy diz que quer que "seja apurada a participação de correntes políticas que querem macular minha imagem pessoal e política [...], para evitar o linchamento moral sem chance de defesa".

Em resposta ao fato de Marta Aparecida Mobiglia, 45, tê-la citada como mentora do suposto esquema, Dárcy afirmou que vai mover uma ação judicial por "danos morais" contra a suspeita.

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