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Docente que pediu para aluna falar com pedófilo afirma que não errou Segundo seu advogado, professora tinha a intenção pedagógica de mostrar os riscos da pedofilia Família de estudante de 12 anos de São Carlos denunciou o caso ao Estado, ao Conselho Tulelar e à Promotoria GABRIELA YAMADACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO A professora de uma escola estadual de São Carlos que pediu para que uma aluna de 12 anos acessasse a internet para conversar com um pedófilo acredita que não errou ao fazer o pedido. A informação é de seu advogado, Arlindo Basílio. Segundo ele, a docente teve interesse pedagógico e educacional ao propor o trabalho para a disciplina de português. "[Com a conversa] Ela queria mostrar o problema e os riscos [da pedofilia]." A professora, que dá aulas há dez anos, não teve o nome divulgado nem pelo defensor nem pela Secretaria de Estado da Educação. "Ela está abalada" afirmou Basílio. No início do mês, a professora foi denunciada à Secretaria de Estado da Educação, ao Conselho Tutelar e à Promotoria da Infância e Juventude pelos pais da aluna. Segundo eles, a docente enviou um bilhete, pelo caderno da aluna, orientando-a a entrar "numa sala de bate-papo com nome fictício, mas com idade real", com o objetivo de atrair um pedófilo para conversa on-line. "É uma questão de interpretação de texto. Ela não fez nada mais que mandar um bilhete para os pais, explicando a proposta", disse Basílio. Ainda segundo o advogado, a docente não propôs que a aluna se encontrasse com o pedófilo em frente à catedral, como disseram os pais. "Ela dá aula para outras turmas. Não teria tempo para acompanhar um encontro porque o trabalho deveria ser entregue no dia 18. E ela não é investigadora e sim, professora", afirmou. EM CHOQUE Segundo Basílio, a mulher ficou abalada psicologicamente com as acusações feitas pela família da aluna e a repercussão do caso. "Ela chora muito, todos os dias. Agora, afastada pela secretaria, irá se retirar de cena." Respondendo processo administrativo, a professora ficará fora das salas por 180 dias. O promotor da Infância e Adolescência de São Carlos, Marcelo Mizuno, disse que não irá requisitar à Polícia Civil a instauração de inquérito pois não houve crime. "Li o bilhete que ela enviou aos pais e percebo que houve a intenção de propor um trabalho didático", disse. Mizuno afirmou, no entanto, que a execução do trabalho escolar foi uma "decisão infeliz" da professora. A Folha tentou, mas não conseguiu falar ontem com os pais da menina. O caso ainda pode ser investigado pela Polícia Federal, já que a aluna nasceu nos Estados Unidos. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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