Polícia pode acusar por homicídio jovem que pilotava jet ski

	Edson Silva/Folhapress
	André Luís Santa Maria com seu jet ski, pilotado pelo empresário que morreu domingo

O adolescente de 15 anos que bateu com um jet ski e matou um empresário em uma lagoa em Ribeirão Preto no último domingo poderá responder por ato infracional de homicídio, de acordo com o delegado Adilson Massei.

Foram ouvidos ontem no 8º Distrito Policial o menor de idade e o pai, advogados, donos dos jet skis e testemunhas.

Em depoimento, o jovem disse que pegou o veículo sem permissão do dono para dar uma volta em área de recarga do aquífero Guarani, no Recreio Internacional.

Segundo Massei, antes de o adolescente completar a primeira volta, ele bateu em outro jet ski, pilotado pelo empresário Pietro Mazzeo, 28, que morreu a caminho da UBDS Castelo Branco.

Mazzeo usava jet ski de André Luís Santa Maria, que foi ouvido anteontem.

Na versão do adolescente, o empresário Mazzeo fez uma manobra que jogou água em seus olhos, fazendo com que ele perdesse a visão e causasse a batida.

Nem o garoto, por ser menor, nem a vítima tinham permissão para pilotar o veículo -o documento é concedido pela Capitania dos Portos.

Segundo o delegado, o dono do jet ski pilotado pelo adolescente pode responder civilmente por ter facilitado o acesso à embarcação, pois as chaves estavam acessíveis.

O dono do veículo pilotado pela vítima também poderá ser responsabilizado por tê-lo emprestado para um condutor sem habilitação.

A Polícia Civil vai encaminhar o inquérito para a Vara da Infância e da Juventude depois da conclusão das investigações. O delegado Massei aguarda os laudos periciais para saber como foi a dinâmica do acidente.

Antônio Carlos Coelho, pai do adolescente, disse que foi a primeira vez que ele pilotava um jet ski. "Foi uma fatalidade", afirmou.

A Capitania dos Portos foi acionada para investigar a responsabilidade administrativa dos donos das áreas ao redor da lagoa, já que deveriam evitar o livre acesso ao local, segundo o delegado.

Ariel de Castro Alves, vice-presidente da Comissão Especial da Criança, do Adolescente e do Idoso da OAB, disse que as medidas socioeducativas para homicídio são internação ou semiliberdade.