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Franca exporta mais para países vizinhos

Grupo de oito nações da América do Sul comprou 21,28% do total de sapatos embarcados pela cidade neste ano

No continente, o Chile é o principal destino do calçado francano; na contramão, vendas para a Argentina diminuem

DE RIBEIRÃO PRETO

Outrora dependente quase que integralmente do mercado norte-americano, as indústrias calçadistas de Franca voltaram o foco para o consumidor da América do Sul, que já comprou em 2011 um em cada cinco pares exportados pelas fábricas.

Levantamento feito pela Folha com base em estatísticas do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca) aponta que, entre janeiro e setembro, as exportações para oito países da América do Sul responderam por 21,28% dos embarques.

No mesmo período do ano passado, o índice de exportações de Franca para os mesmos países era de 13,77%.

O destaque é o Chile, que já compra 5,1% do total, só atrás de EUA (40,98% das compras), França (6,06%), Arábia Saudita (5,90%) e Reino Unido (5,16%).

Na América do Sul, a exceção é a Argentina, histórica compradora, mas que neste ano viu o índice de participação cair de 1,57% para 1,15%.

Em 2008, por exemplo, as exportações para a Argentina chegaram a representar 10,11% do total embarcado pelas fábricas francanas.

A situação em relação à Argentina contrasta também com a média brasileira.

Dados da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados) mostram que o país faturou com exportações para o vizinho, nos dez primeiros meses deste ano, 17,2% a mais que em igual período do ano passado.

A Sândalo exporta 80% da produção para países da América Latina, segundo Alexandre "Téti" Brigagão, diretor de marketing e exportações da empresa.

Já as vendas para os EUA são "irrisórias", diz ele. "Só temos dois pequenos clientes em Nova York", afirmou.

No passado, os EUA chegaram a representar acima de 80% do destino das exportações das fábricas francanas.

De acordo com o Sindifranca, as indústrias precisaram diversificar o mercado para deixar de depender de poucos compradores.

AMEAÇA

Apesar de os números das exportações serem positivos, o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, disse que o setor calçadista está ameaçado porque a tendência é de queda nas vendas em razão da crise no cenário internacional.

"Há queda nas importações de países que enfrentam a crise, há muita burocracia para as trocas comerciais no Brasil e falta incentivo para a indústria do país", disse.

A fábrica de sapatos Anatomic Gel, da Bordallo Artefatos de Couro, vende 50% da produção para a Europa.

O diretor da empresa, José Rosa Jacomete, acredita, porém, que a saída é investir nas vendas para os EUA porque a compra desse país é feita em maior quantidade.

"Há dez anos, fazíamos 3.000 pares por dia para os EUA. Hoje fazemos 500 e pulverizamos [a venda] na Alemanha, Inglaterra, Emirados Árabes e Japão", disse.

Já Alexandre Brigagão disse que o futuro está em vender para Oriente Médio, Europa e países emergentes da África e do Leste Europeu.

(ELIDA OLIVEIRA E MARCELO TOLEDO)

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