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Comissão fala pouco de Dárcy no 1º encontro

Apesar de polícia investigar prefeita, CEE não menciona suspeitas sobre ela

Presidente da Cohab-RP afirma que caso é só de 'estelionato puro' e que o governo não tem envolvimento

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A CEE (Comissão Especial de Estudos) criada na Câmara de Ribeirão para apurar suposta fraude em entrega de casas populares, na qual Dárcy Vera (PSD) foi envolvida, fez ontem sua primeira reunião sem mencionar as suspeitas sobre a prefeita.

Marta Aparecida Mobiglia, 45, investigada por prometer "furar" sorteios mediante pagamento de até R$ 3.000, disse que o dinheiro e documentos recolhidos eram enviados a Dárcy e que a intermediária do suposto esquema era Marli Vera, irmã da prefeita.

Dárcy nega envolvimento seu e da irmã na suposta fraude -a polícia apura o caso.

Dos sete vereadores que compõem a comissão de estudos, quatro são da base de apoio à prefeita e três da oposição, que tentou, mas não conseguiu, emplacar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na semana passada.

A ideia de defender a CPI era ter maior autonomia nas investigações, já que comissões parlamentares de inquérito podem intimar funcionários públicos a depor e requerer, na Justiça, quebra de sigilos telefônico e bancário.

Ontem, porém, durante as quase duas horas em que o presidente da Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional), Sílvio Martins, falou à CEE, os três opositores -Gilberto Abreu (PV), Bertinho Scandiuzzi (PSDB) e Jorge Parada (PT)- não questionaram a participação de Dárcy.

Os imóveis citados no suposto esquema foram construídos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado) e teriam de ser destinadas a inscritos na Cohab-RP.

Durante seu depoimento, Martins, indicado do PMDB para o cargo, negou o envolvimento do governo na fraude. Ele citou a lista de cerca de 200 pessoas que teriam pago para ter privilégio na destinação de casas populares.

Segundo Martins, uma checagem feita pela Cohab-RP na relação de nomes constatou que nenhuma daquelas pessoas conseguiu ganhar casa -nem da CDHU nem do programa federal Minha Casa, Minha Vida.

'ISENÇÃO'

Ele afirmou também que 40% delas nem tinha inscrição na companhia regional.

Após o depoimento, Martins disse que Cohab-RP e CDHU estão "isentas" de irregularidades. Ele afirmou acreditar que o caso é um "estelionato puro" porque as suspeitas "prometiam o que não podiam entregar".

O diretor regional da CDHU, Milton Vieira de Souza Leite, será o próximo convidado da CEE para prestar informações sobre o caso, na segunda-feira, às 17h.

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