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Risco de dengue é maior em bairro nobre

Regiões de nível social mais alto estão entre as que têm índices elevados de infestação em Ribeirão e Araraquara

Uma explicação está na dificuldade que agentes de vetores têm para entrar em casas que ficam em áreas ricas

Marcia Ribeiro - 9.nov.2011/Folhapress
A coordenadora do Programa de Controle de Vetores, Lúcia Taveira, dá palestra para funcionários de empreiteiras
A coordenadora do Programa de Controle de Vetores, Lúcia Taveira, dá palestra para funcionários de empreiteiras

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

O risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, não está restrito a bairros carentes. Em Ribeirão Preto e Araraquara, regiões de nível social mais alto estão entre as que têm os maiores índices de infestação.

No caso de Ribeirão, nas taxas que medem a densidade larvária da dengue, os maiores números estão no setor que engloba todos os bairros acima da avenida Nove de Julho, em direção à zona sul, uma das regiões mais ricas.

O setor tem índice de Breteau, que mede o grau de infestação nos imóveis, de 3,59.

Já o índice predial, que indica o número de imóveis com focos, é de 3,02 -isso significa que, a cada cem imóveis visitados, três tinham focos do mosquito da dengue.

Os números dessa região estão acima da média do município, que é de 2,33 e 1,90 para os índices de Breteau e predial, respectivamente.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera aceitáveis índices de até 1.

As taxas de infestação servem de alerta para a possibilidade de uma nova epidemia em 2012, já que o período de chuvas mais intensas, quando ocorre maior proliferação do inseto, já começou.

Neste ano, segundo o último boletim divulgado em outubro pela prefeitura, são 19,2 mil casos, com 12 mortes -segundo pior ano da história.

'PROBLEMA DE TODOS'

A chefe do Controle de Vetores de Ribeirão, Maria Lúcia Biagini, afirma que os altos índices nas regiões mais nobres reforçam que a dengue não é um problema só da periferia.

Segundo Biagini, a "burocracia" para que os agentes de controle de vetores consigam entrar nas casas é maior em bairros nobres, principalmente em condomínios.

Em Araraquara, o índice geral de infestação do mosquito da dengue na cidade ficou em 1,06, bem perto do teto da OMS.

Bairros mais nobres, porém, ficaram muito acima disso, como nas regiões do Residencial do Lupo (2,57) e do Santa Angelina (2,76).

O coordenador da Vigilância em Saúde de Araraquara, Feiz Mattar, atribui a situação a casos em que os moradores não facilitam o combate.

Araraquara registra epidemia de dengue neste ano, com 2.567 casos e duas mortes.

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