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Após crime, Barrinha vive 2º dia de protestos
Revoltados com a morte de soldador, moradores depredam e incendeiam prédios públicos; 6 são detidos com bombas
Suspeito de cometer o crime é o comandante da Guarda Municipal, que foi demitido pela prefeitura ontem
Barrinha teve ontem o segundo dia de protestos por causa da morte de um soldador. Prédios públicos foram depredados e incendiados.
A revolta de moradores assustou a população, o comércio fechou as portas mais cedo e a maior parte dos alunos não foi às aulas. A polícia deteve seis pessoas suspeitas de portarem bombas de fabricação caseira.
Por causa dos atos de vandalismo, o atendimento à população foi interrompido em algumas repartições, como na clínica odontológica.
O assassinato do soldador Thiago Antônio da Silva, 26, que levou um tiro na cabeça anteontem em uma área rural da cidade, foi o estopim da revolta. Para a polícia, o então comandante da Guarda Civil Municipal, William Américo Campanini, 28, é suspeito de ter cometido o crime.
Demitido ontem do cargo pela prefeitura, ele ainda não havia se apresentado à Polícia Civil.
Revoltadas com a forma como o crime aconteceu, ao menos 15 pessoas invadiram e danificaram anteontem as sedes da Guarda Municipal, do Conselho Tutelar, a prefeitura, o centro odontológico, a garagem de ônibus, o Banco do Povo e a biblioteca municipal.
Elas questionaram o prefeito Mitsuo Takahashi (PT) sobre o fato de os guardas-civis andarem armados apesar de a cidade ter 30.506 habitantes --por lei, isso pode ocorrer apenas em municípios cuja população ultrapasse a marca de 50 mil.
Ontem, o centro de reabilitação mental e a junta militar também foram alvo de vandalismo antes do início de uma manifestação que reuniu cerca de 30 pessoas.
Os prédios públicos tiveram vidros estourados, computadores quebrados e aparelhos eletroeletrônicos danificados. As fichas dos pacientes da clínica odontológica foram queimadas, assim como uma moto da guarda.
Os seis detidos também portavam rojões. Eles prestaram depoimento na delegacia e foram liberados à tarde.
PREJUÍZOS
Os prédios públicos não puderam atender a população por conta das depredações. Os locais atingidos passaram por perícia e funcionários fizeram orçamentos para as reformas necessárias --a recolocação de vidros de um dos três prédios foi orçada em R$ 5.500.
Os poucos pais que levaram os filhos às escolas buscaram os estudantes mais cedo com medo de mais vandalismo. Na escola municipal Ibraim Saleh, no Jardim Paulista, apenas 30% dos 300 alunos foram às aulas ontem.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com o secretário do Governo, Campanini ocupava cargo comissionado e não era funcionário público de carreira. A prefeitura vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Por causa da confusão, desde de anteontem a Polícia Militar chamou reforços de outras cidades --da PM de Sertãozinho e de Ribeirão. Ao todo, 70 homens estiverem na cidade para garantir a segurança da população. Normalmente, o município tem 20 policiais.