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Ranchos de seis cidades estão ameaçados

Companhia de energia de MG ajuíza 470 ações de reintegração, alegando que obras avançam área de segurança

Propriedades chegam a ser comercializadas por R$ 3 milhões às margens da represa de Jaguara, em Rifaina

Edson Silva/Folhapress
Ranchos na represa de Jaguara, entre Rifaina e Sacramento (MG); Cemig diz que parte deles invadiu área de segurança
Ranchos na represa de Jaguara, entre Rifaina e Sacramento (MG); Cemig diz que parte deles invadiu área de segurança

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Casas espaçosas, construídas à beira de represas entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, estão na mira da Cemig, a companhia de energia de Minas Gerais.

De acordo com a empresa, 1.800 propriedades estão irregulares porque avançam a área de segurança de inundação das represas: caso seja preciso represar mais água, construções, ou parte delas, ficariam submersas.

Por isso, a Cemig entrou com 470 ações de reintegração de posse na Justiça para tentar desapropriar os ranchos e regularizar os casos.

A empresa é responsável por represas nos leitos dos rios Grande, Paranaína e Araguari, localizadas em seis cidades de SP, MG e GO -Rifaina, Miguelópolis, Nova Ponte, Uberlândia, Araguari e São Simão. Essas represas abastecem cinco hidrelétricas.

Entre Rifaina (SP) e Sacramento (MG), por exemplo, as margens da represa da Usina de Jaguara estão tomadas por ranchos com casas de até sete quartos, churrasqueira, piscinas e píers à beira do rio.

Com lanchas, barcos e jet skis, os ranchos movimentam a economia local, empregando caseiros e criando demanda por marinas.

Os imóveis são avaliados, em média, por R$ 400 mil, mas em novembro um foi vendido por R$ 3,2 milhões, segundo Adelmo Marcelino Neto, dono de imobiliária.

O secretário de Turismo de Rifaina, Cláudio Masson, disse que há de 450 a 500 ranchos às margens do rio, mas nem todos estão irregulares.

"É preciso um acordo amigável, pois os rancheiros consomem na cidade", afirmou.

Marcelino Neto, no entanto, disse que a maior parte das casas está irregular porque os donos constroem píers e quiosques na beira do rio.

Já em Miguelópolis, na área da usina Volta Grande, há 800 ranchos -ao menos um terço irregular, segundo o secretário de Turismo, Carlos Alberto Silva. "Se forem demolidos, Miguelópolis viraria uma cidade-fantasma".

Segundo ele, o proprietário sabe se está irregular porque há marcos nos terrenos. A Cemig informou que as distâncias podem variar se o terreno for mais plano ou íngreme.

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