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Franceses negociam com usina Albertina

Louis Dreyfus Commodities oferece R$ 180 milhões para comprar 8.000 hectares de área da empresa de Sertãozinho

Usina da região, que passa por processo de recuperação judicial desde 2008, tem dívida avaliada em R$ 187 mi

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities, que já possui cinco usinas na região de Ribeirão, ofereceu R$ 180 milhões para comprar a parte agrícola de uma empresa de Sertãozinho.

O alvo do negócio são os 8.000 hectares de área de plantação de cana-de-açúcar da Companhia Albertina, em processo de recuperação judicial desde 2008.

A proposta do grupo francês é quitar o valor ao longo de 12 anos, com aporte inicial de R$ 20 milhões.

Em meio à crise de produção de cana, a LDC poderá garantir mais fornecimento de matéria-prima para atender à sua demanda no mercado.

A Companhia Albertina vê na venda da parte agrícola da empresa uma saída para levantar recursos e quitar a dívida com os credores, avaliada em R$ 187 milhões.

Segundo a usina, a quebra da safra de cana-de-açúcar teve um impacto negativo no plano de recuperação da empresa, que registrou queda de produtividade de 30%.

Com isso, a Albertina processou somente 890 mil toneladas de cana, enquanto tem capacidade para moer 1,4 milhão de toneladas.

Apesar de já ter quitado 90% das dívidas, a Albertina ainda deve R$ 145 milhões a credores que têm garantias reais, como bancos e grupos financeiros, e outros R$ 42 milhões com fornecedores de cana, disse a empresa.

Entre os ativos que poderão ser negociados, há maquinários, como tratores e colheitadeiras, e a usina em si.

A proposta da LDC-SEV (sigla do grupo francês) foi apresentada ontem aos credores, que deverão analisá-la até a próxima terça-feira, quando haverá uma nova assembleia.

Segundo a companhia, a tendência é de que a proposta seja aceita. O contrato envolve uma série de condições precedentes para a liberação de recursos, mas, ainda de acordo com a empresa, permite a quitação das dívidas mais urgentes.

A Albertina não quis detalhar as condições do contrato, mas confirmou o adiantamento de R$ 20 milhões pela LDC-SEV e a geração de cerca de R$ 180 milhões ao longo de dois ciclos de cana.

Os recursos seriam gerados pela produção de cana-de-açúcar e a venda de produtos derivados. A Albertina produz, tradicionalmente, 80% de açúcar e 20% de álcool.

O negócio não vai alterar o comando societário da Albertina, informou a empresa.

Procurada, a LDC-SEV afirmou que não vai se pronunciar sobre as negociações.

PRODUÇÃO NACIONAL

Ontem, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) divulgou a produção de cana-de-açúcar, que atingiu 488,4 milhões de toneladas no centro-sul do país, 10,23% a menos que na safra anterior.

Houve queda de 5 bilhões de litros de hidratado e aumento de 667 mil litros de anidro, que vai misturado à gasolina.

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