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Campi abrigam pelo menos 400 animais vítimas de abandono Cães e gatos, quase sempre deixados pelos próprios donos, vivem em unidades de universidades paulistas Na USP em Ribeirão, onde dar comida aos bichos é proibido, a população é estimada em cerca de 60 animais JULIANA COISSIDE RIBEIRÃO PRETO O olhar de piedade dos bichinhos atrás das grades de um abrigo da USP da capital tem atraído voluntários que se tornam uma espécie de "pais" adotivos de cães e gatos nos finais de semana. Eles participam do USP Convive, projeto que ajuda a administrar os animais que vivem em abrigos e ou soltos na Cidade Universitária. Como a USP da capital, outros campi de universidades paulistas têm se deparado com o problema: ao menos 400 cães e gatos abandonados circulam pelas unidades. O número, subestimado, reúne dados informados à Folha por USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp. Apesar de alguns entrarem sozinhos nos campi, o número de abandonados é grande. Responsáveis pelas unidades dizem que muitos são largados por seus próprios donos, que, sem pudor, jogam os animais pela janela do carro. No domingo passado, o USP Convive organizou a Cãominhada, evento em que voluntários levam cães e gatos dos abrigos para um passeio. Lá, há 37 cães soltos. Em 2010, eram 83. A USP diz que o número caiu após uma campanha contra o abandono. Em parte, o USP Convive também ajudou. Além dos bichos soltos, o campus é um dos poucos a ter um abrigo temporário, com ao menos 90 cães e 60 gatos. Apesar das campanhas de adoção e de iniciativas como caminhadas, alguns bichos já vivem há anos no canil (leia texto nesta página). Presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), Vanice Orlandi não conhece o projeto da USP, mas diz que geralmente os abrigos existentes não estão em situações adequadas. Ela defende mais fiscalização para controlar o abandono. AÇÃO 'ABANDONADA' Em outros campi da USP, a situação é diferente. Na USP Leste, o projeto Amigo é o Bicho, cujos voluntários arcavam com castração e cuidados com os bichos, terminou por falta de apoio. A afirmação é da docente da instituição e voluntária do projeto Valéria Magalhães. Segundo ela, circulam por lá cerca de dez cachorros. Procurada, a USP Leste confirma que há abandono no local. Informou que os bichos são alimentados por voluntários e que já encaminhou alguns para a adoção. Em Ribeirão Preto, a coordenadoria do campus proibiu que pessoas alimentem os animais -estimados em 60. A proibição revoltou grupos de proteção, mas o coordenador do campus, José Moacir Marin, disse que quem quiser cuidar dos bichos "que os leve para a própria casa". O docente diz que, apesar da proibição, as pessoas continuam a alimentar os bichos e que já houve um ataque. Já os campi da USP de Lorena e São Carlos abrigavam, na semana passada, 20 cães. 'GATIL' DE JABOTICABAL Em Jaboticabal, a Unesp tem 110 gatos soltos no campus e mais cinco cães. "Os gatos até ajudam no controle de ratos", diz o docente Marcílio Vieira Martins Filho. Em Botucatu, a Unesp abriga seis cães e três gatas. A Unicamp informou que, após um monitoramento e parceria com ONGs, não tem mais animais soltos. Já a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) não divulgou o número de bichos no local. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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