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Ribeirão

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Trocas de prefeitos geram incertezas em municípios

Pirangi terá eleição em 1º de junho após cassação; Restinga vive indefinição

Para cientista político, eleitores têm culpa por escolher prefeitos que já têm problemas com a Justiça Eleitoral

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

As eleições municipais ocorrem a cada quatro anos, mas em apenas um ano e quatro meses, o município de Restinga, na região de Ribeirão, já teve quatro prefeitos.

A cidade, de 7.000 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sofre com a indefinição e descontinuidade das políticas públicas.

Problema semelhante ocorre em Pirangi, com 11 mil habitantes. A cidade teve dois prefeitos no último ano e até junho deve ser administrada por um terceiro nome.

De acordo com levantamento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), 21 prefeituras do interior do Estado tiveram troca de comando desde 2012.

Os candidatos eleitos tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral por irregularidades eleitorais.

O cientista político Marco Antônio Villa, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), disse que apesar da população ser a maior prejudicada com as trocas políticas, os eleitores são corresponsáveis.

"A população paga e sofre com essas mudanças, mas ela tem responsabilidade. Muitas vezes, as irregularidades dos candidatos eram nítidas e abertas e alguns já tinham histórico de má administração", disse Villa.

Em outras três cidades da região de Ribeirão Preto, os candidatos eleitos não assumiram a prefeitura no dia 1º de janeiro de 2013 por terem os mandatos cassados por irregularidades na campanha.

Em apenas um dos casos, em Viradouro, o candidato foi inocentado e pode tomar posse do cargo.

Segundo prefeito interino de Pirangi nos últimos 16 meses, o vereador João Albani Neto (PTB) disse que o clima no município é instável.

"Todo dia alguém me vê e pergunta: seu João, quem é o prefeito hoje? Quem será amanhã? Hoje, sou eu. O de amanhã eu não posso responder", disse Albani Neto.

Ele se candidatou ao terceiro mandato de vereador e não esperava ter que comandar a cidade. Para Albani Neto, mais difícil do que administrar a cidade de Pirangi, é a incerteza da continuidade de suas medidas.

"Minhas decisões são sempre pensando no resultado imediato. Não dá para planejar nada no curto e médio prazo, porque pode ser um investimento jogado fora se não houver continuidade", disse o prefeito interino.

Albani Neto criticou a morosidade da Justiça para chamar novas eleições na cidade. O processo foi marcado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para 1º de junho.

Em Restinga, o prefeito eleito Paulo Pitt (DEM) foi afastado do cargo, inicialmente, pela Câmara e não pela Justiça. Na sexta-feira (11), no entanto, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) o afastou do cargo.

Pitt foi afastado pelos vereadores, que instauraram uma CEI (Comissão Especial de Investigações) para apurar 20 irregularidades.

O político é acusado de nomear funcionários fantasmas, desviar verbas da educação, falta de transparência e perseguição política.

"São apenas suposições, não há nenhuma prova contra mim. Querem me tirar do cargo, mas quem sofre é a população", disse Pitt.

Depois do afastamento de Pitt pela Justiça, a administração municipal foi assumida pelo presidente da Câmara, Dejair de Freitas (PMDB). No segundo dia de mandato, Freitas determinou uma auditoria interna que suspendeu as atividades dos 32 funcionários no paço municipal por 20 dias.


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