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Favela na zona oeste já tem 110 famílias em 35 imóveis

Apesar do programa de desfavelamento da cidade, núcleo não para de crescer

Moradores afirmam que a comunidade recebeu aval da prefeitura, que nega que exista um acordo com os invasores

Márcia Ribeiro/Folhapress
Vista geral de construções na favela da av. Cásper Líbero
Vista geral de construções na favela da av. Cásper Líbero

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Criada há cinco meses na zona oeste de Ribeirão Preto, uma favela na avenida Cásper Líbero, no Jardim Santa Rita, já abriga 110 famílias, distribuídas em 35 casas, a maioria de alvenaria.

Nas duas vezes em que esteve no local nesta semana, a Folha constatou a existência de novas construções de alvenaria em andamento.

O fato ocorre na contramão do programa de desfavelamento propagado pela prefeitura, que já removeu famílias de ao menos cinco favelas e urbanizou outra área.

Segundo Romildo Marques da Silva, líder da invasão, as famílias instaladas são de bairros diferentes e a maior parte delas pagava aluguel. Cada uma tem direito a um espaço de 5 m x 20 m.

É o caso da família de Edilaine de Souza Brito, 20, que morava em uma casa de um cômodo com o marido e o filho no Jardim Progresso.

"Se tivéssemos condições financeiras, não viríamos para cá. Ninguém gosta de morar em favela", afirmou.

Em setembro, a juíza Heloísa Martins Mimessi, da 2ª Vara da Fazenda Pública, concedeu liminar em um pedido de reintegração de posse feito pela prefeitura.

A Defensoria Pública, no entanto, recorreu e o TJ (Tribunal de Justiça) acatou o pedido das famílias. A prefeitura também protocolou um recurso e aguarda decisão.

A área, destinada para a construção de praça, já sofreu reintegração de posse quatro vezes em dois anos.

Em 2010, a administração decidiu cercar o terreno para impedir novas invasões.

Além da alta no total de barracos, os invasores dizem ter tido autorização da prefeitura para construir no local.

Segundo Silva, um fiscal de posturas da Fiscalização Geral deu prazo de quatro horas para que a construção dos três primeiros barracos fosse finalizada. "Depois ele voltou e mandou as crianças entrarem nos barracos para tirar fotos e garantiu que não iríamos sair daqui", disse Silva.

Paulo Sérgio dos Santos, que também invadiu a área, disse que presenciou a autorização concedida pelo fiscal.

Dada a garantia, segundo Silva, outras pessoas decidiram se mudar para a área.

Secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior negou ter acordo com os invasores e disse que medidas foram tomadas.

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