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Ribeirão

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Um em cada 12 eleitores é filiado a partidos

Ribeirão Preto, Franca, São Carlos e Araraquara têm 995,9 mil eleitores; partidários representam 8,3% do total

Percentual é menor que o registrado no Estado e no Brasil; historiador critica financiamento de partidos com filiados

HEITOR MAZZOCO DE RIBEIRÃO PRETO

As quatro maiores cidades da região de Ribeirão Preto têm 8,3% do total de eleitores --ou um em cada 12-- filiados a algum partido político, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O percentual está abaixo do registrado em todo o Estado, de 9,3% dos eleitores, e no Brasil, que é de 10,7%.

Dos 995,9 mil eleitores de Ribeirão, Franca, São Carlos e Araraquara, 82,8 mil estão registrados em um dos 31 partidos em atuação no país.

Para o historiador Marco Antônio Villa, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), os números de filiados ainda estão altos.

Isso porque, para ele, muitos partidos usam as pessoas como "massa de manobra" para aumentar o número de filiados. Um dos critérios utilizados pelos partidos para dividir verba do fundo partidário, por exemplo, é o número de filiados.

Em um município onde a legenda tenha mil filiados, a verba para manutenção será maior do que um partido com cem filiados em outra cidade. A regra de divisão da verba, porém, não é obrigatória.

"Na verdade, muitos filiados são fantasmas', que não têm participação na vida ativa dos partidos. Servem de massa de manobra. Eles apenas assinam a ficha de filiação. O número de participantes é menor", disse Villa.

Araraquara é o município da região com maior proporção de filiados. São 13 mil eleitores vinculados a partidos políticos. O município tem 162,2 mil eleitores, o que representa 10,3% de filiados.

Na sequência aparece São Carlos com 16,7 mil filiados e 174,7 mil eleitores (9,59%). Franca tem 228,9 mil eleitores, mas o número de filiados é de 19,6 mil, ou 8,5%.

Ribeirão é o maior colégio eleitoral da região, com 430 mil eleitores. O número de filiados, porém, é de 7,7%, o que representa 33,4 mil.

Ao comparar os dados com 2010, o número de pessoas registradas em legendas partidárias em Ribeirão aumentou em 3.200. Porém, a proporção de novos títulos eleitorais na cidade foi superior: 23,9 mil novos títulos em quatro anos.

'DONOS DAS LEGENDAS'

Para o escritor e consultor político Gilberto Musto, as pessoas não se aproximam dos partidos políticos por causa das ações dos "donos das legendas".

Para ele, "existem caciques políticos que determinam o andamento do partido", o que prejudica um cidadão comum que, por exemplo, pretende ser candidato.

"Para ser candidato, é necessário passar por três eleições. Convencer o cacique do partido, os outros filiados e a eleição de outubro", disse.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Química e Álcool de Ribeirão, Pedro Jesus Sampaio, 57, decidiu se filiar ao PT em 1981, ano de fundação do partido em Ribeirão.

Ele nunca foi candidato nesses 33 anos de militância. E também disse não concordar com a distância da população na política.

"A política partidária é necessária para mudar o Estado. Só assim conseguimos colocar em prática o que pensamos, e não fazer da política um meio de vida", disse.


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