Índice geral Ribeirão
Ribeirão
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Empresários invadem 'oásis' nordestino

Ribeirão-pretanos trocam negócios no interior de São Paulo pelo turismo da pacata São Miguel do Gostoso (RN)

Cidade, que fica a uma hora da capital Natal, já tem quase uma dezena de empreendimentos oriundos de Ribeirão

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Uma pequena cidade com praias paradisíacas localizada no litoral nordestino, no Rio Grande do Norte, tornou-se refúgio de ribeirão-pretanos, que atualmente estão também entre os principais empreendedores do local.

Com 8.600 habitantes, São Miguel do Gostoso (110 km da capital Natal) tem quase uma dezena de estabelecimentos comerciais fundados por ex-moradores de Ribeirão.

São pousadas, restaurantes e bares abertos nos últimos anos por quem trocou o calor do interior paulista pela brisa que sopra o ano todo no município potiguar.

A pioneira entre os ribeirão-pretanos que fizeram o caminho rumo a Gostoso foi Eliana Faria Kefalas, 55.

Nascida em Ribeirão, era uma empresária bem-sucedida com quase três décadas de atuação quando trocou a vida corrida pela rotina tranquila no litoral nordestino.

Isso ocorreu em outubro de 2000 -Eliana resolveu fechar as quatro lojas que tinha em shoppings de Ribeirão. "Decidi que iria morar na praia, mas tinha que ser no Nordeste. Procurava um lugar tranquilo, que não tivesse nada."

Após três meses viajando por diferentes Estados nordestinos em busca do "lugar ideal", descobriu Gostoso.

"Em dois dias comprei uma área, regularizei no cartório e voltei para Ribeirão."

Na sequência, montou casa em Gostoso e construiu um flat, o Vila da Madame, que recebe turistas.

Na mudança para o Nordeste, não foi sozinha -levou a amiga Rosana Carneiro Soares, 56, que já trabalhava com ela em suas lojas em Ribeirão Preto.

Em Gostoso, Rosana se tornou sócia de Eliana em outro negócio, o Madame Chita, misto de creperia, bar e loja em frente a uma das praias.

Segundo Eliana, o fechamento repentino de suas lojas em Ribeirão e a mudança para Gostoso repercutiu entre amigos e clientes. Isso, segundo ela, motivou outros ribeirão-pretanos a viajar para conhecer a cidade potiguar.

EFEITO CASCATA

As histórias, daí em diante, são muito parecidas: inicialmente turistas, os moradores de Ribeirão que chegaram à cidade se apaixonaram pelas belezas locais e decidiram fixar moradia -e seus novos negócios- por lá.

No boca a boca, Elizabeth Faria De Bortoli, 49, viajou a turismo em 2009 para conhecer onde vivia um amigo.

Com uma cunhada, comprou um terreno, onde construiu uma casa em 2010 e, no ano passado, uma pousada foi erguida, a Curva do Sol, com oito flats.

Outra história, a da ribeirão-pretana Fátima Romano, 52, começou em 2005, quando ela foi para Natal com a ideia de pôr em prática o sonho de abrir uma pousada.

No entanto, não achou o que esperava na capital potiguar. "Meu sonho não mostrava uma cidade grande, queria uma pequenininha."

Foi um guia que, ouvindo o desejo da ribeirão-pretana, contou sobre Gostoso. "Aí eu lembrei que já tinha uma amiga lá. Fui conhecer e me apaixonei, não tinha vontade nem de voltar para pedir demissão do meu emprego."

Ela e o marido, Cláudio Romano, 61, voltaram para Ribeirão, pediram demissão, venderam o que tinham e foram de vez para Gostoso. Com outro sócio de Ribeirão, montaram a pousada Só Alegria, com 16 apartamentos.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.