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Após demitir 400, dono de fábrica vira alvo de sindicato
DE RIBEIRÃO PRETOA demissão de 400 funcionários da empresa Tenny Wee, na semana passada, gerou um pedido de prisão de sete empresários ligados à gestão da fábrica de Franca.
O Sindicato dos Sapateiros entrou com o pedido de prisão preventiva dos proprietários da empresa na Justiça Federal, acusando-os de apropriação indébita.
A empresa é acusada de descontar tributos dos salários dos trabalhadores e não depositá-los corretamente.
Entre rescisão contratual e direitos trabalhistas, o sindicato calcula que a Tenny Wee precisará desembolsar R$ 3 milhões para quitar todas as pendências apontadas.
O pedido de prisão foi feito na última segunda-feira (25) e ainda está em fase de avaliação pelo Ministério Público Federal, segundo o advogado dos trabalhadores, Márcio Cunha.
"O pedido ainda não foi autorizado ou rejeitado pela Justiça", disse Cunha. "Os citados são donos das empresas que compõem a Tenny Wee."
Segundo o presidente do Sindicato dos Sapateiros, Fábio Cândido, foram homologadas 90 demissões por dia nesta semana em função dos cortes da Tenny Wee.
A média era de 30 demissões diárias antes disso.
Cândido disse acreditar que somente políticas governamentais de incentivo ao setor são capazes de reverter a série de demissões e cortes.
A Folha procurou a advogada da Tenny Wee, Luciana Figueiredo, por telefone entre terça (26) e quinta-feira (28). A profissional não atendeu a reportagem nem retornou os pedidos de entrevista.