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Dárcy vai à CPI, mas rejeita acareação

Prefeita nega conhecer mulher que a envolveu em suposta fraude e se recusa a ficar frente a frente com ela

Vereadores ouviram ainda Marli Vera, irmã da prefeita, que também negou conhecer a acusadora

Edson Silva/Folhapress
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera(PSD), durante seu depoimento na CPI da Cohab-RP, ontem à tarde, na Câmara.
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera(PSD), durante seu depoimento na CPI da Cohab-RP, ontem à tarde, na Câmara.

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), afirmou ontem à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Cohab-RP que não conhece a representante comercial Marta Aparecida Mobiglia, 45, mas se recusou a voltar à Câmara para uma acareação.

Marta foi quem afirmou à Polícia Civil e à CPI que Dárcy e a irmã Marli Vera participavam de um suposto esquema de fraude na entrega de casas populares de Ribeirão Preto.

A representante é investigada sob suspeita de prometer casas do conjunto habitacional Paulo Gomes Romeo mediante pagamentos de até R$ 3.000 e afirmou que todo o dinheiro era enviado por mototaxistas para a prefeita.

A irmã de Dárcy, que também prestou depoimento à CPI ontem, foi apontada por Marta como a pessoa que fez o primeiro contato com ela, a mando da prefeita. Marli também negou conhecer Marta ou outra pessoa ligada ao suposto esquema de fraude.

Nas quase duas horas de reunião, imperou um clima amistoso entre os vereadores, a prefeita e Marli. O ambiente só ficou mais carregado justamente quando Bertinho Scandiuzzi (PSDB) questionou se Dárcy toparia uma acareação com Marta.

"Sou vítima assim como as 200 pessoas [que pagaram achando que receberiam casas]. Se houvesse qualquer prova que me acuse de realmente participar desse esquema, eu faria com a maior tranquilidade. [Mas] O que está sendo investigado até agora não tem nenhuma prova", afirmou a prefeita.

O tucano insistiu e Dárcy afirmou que ele queria promover um "espetáculo político" e começou a desqualificar as acusações de Marta.

"As 200 pessoas não receberam casas, os motoqueiros não têm nome, placa, telefone. Ligaram dizendo que era a prefeita, ligaram dizendo que era a irmã dela. Eu não trabalho com suposições e não tenho tempo a perder com suposições. Ela [Marta] é que tem que provar as acusações que está fazendo."

RESTRITO

Uma das afirmações de Marta é que os números de telefone de Dárcy e Marli apareciam como "não identificado" na bina do celular quando os contatos foram feitos. Marli disse à CPI que não usa esse sistema. Já a prefeita confirmou usar a operação que restringe o número, mas afirmou que nunca contratou ninguém por telefone.

Agora, a CPI deve tentar ouvir Marcelo Roselino, ex-presidente da Cohab na gestão do tucano Welson Gasparini (2005-2008).

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