Entidades são contrárias a reajuste no salário de Dárcy
Projeto em análise na Câmara prevê aumento de 42,3% e também se estende ao vice-prefeito e aos secretários
Entidades representativas de Ribeirão Preto são contrárias à proposta de reajuste no salário da prefeita Dárcy Vera (PSD), em 42,34%.
Nesta quarta-feira (15), representantes do Ferp (Fórum das Entidades de Ribeirão Preto e Região) se reúnem para discutir sobre o assunto e eventual mobilização.
Guilherme Feitosa, diretor do Ciesp/Fiesp na região, afirmou que o reajuste é um "ato descabido".
"Independentemente da legalidade, neste momento a prefeitura passa por sérios problemas financeiros".
Ele citou os atrasos nos pagamentos a fornecedores. A prefeitura têm uma dívida de R$ 60 milhões com empresas prestadoras de serviços.
Presidente do fórum, Feitosa disse não querer acreditar de que o aumento será aprovado pelo Executivo.
O projeto do aumento está sendo preparado pela Câmara, depois de pedido feito por fiscais fazendários que têm os salários vinculados ao teto recebido pela prefeita.
Caso a medida seja aprovada, o salário da prefeita saltaria dos atuais R$ 17.359,21 para R$ 24.710,25. Antes, porém, uma mudança precisa ser feita na Lei Orgânica do Município.
Além de Dárcy, o projeto também prevê o reajuste dos salários do vice-prefeito e dos 14 secretários, o que equivaleria a um gasto mensal a mais de R$ 49.619,52.
A prefeita afirmou que não sabia da proposta de reajuste.
Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ribeirão afirmou que "vê com cautela" a tramitação de projetos sem o debate prévio com a sociedade. Também disse que qualquer alteração na legislatura, principalmente a que prevê aumento nos gastos, deve ser discutida com a sociedade e representantes de classe.
O índice é baseado no acumulado do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2008 a 2014, período em que não houve reajuste.
Procurado, Antônio Carlos Maçonetto, presidente da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), não se manifestou. Já Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão), disse que aguarda novas informações para se manifestar.
Há dois anos, entidades se uniram para pressionar o Legislativo a rever o aumento do número de vereadores, de 20 para 27. O reajuste de quase 40% nos salários dos parlamentares foi um dos combustíveis da campanha.
Na ocasião, a Câmara voltou atrás da decisão e aprovou o número de 22 vereadores, que passou a valer a partir do ano passado.