Faixa de ônibus tira 223 vagas de Área Azul
Transerp quer acabar com locais de estacionamento rotativo em quatro ruas da região central de Ribeirão Preto
Objetivo da medida é permitir o aumento da velocidade média do transporte coletivo, de 11 km/h para 18 km/h
O projeto de implementação de faixas preferenciais de ônibus vai retirar 223 vagas de Área Azul de quatro ruas do centro de Ribeirão Preto.
A proposta foi apresen- tada por profissionais da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto) a comerciantes na tarde desta quarta-feira (29). O projeto provocou dúvidas e debate.
O encontro aconteceu na sede da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) e decidiu-se por formar um grupo de trabalho para que as partes discutam e sugiram modificações no projeto, cuja previsão para início é o fim de novembro.
As vagas serão retiradas para permitir a colocação das faixas preferenciais para ônibus. A intenção da Prefeitura de Ribeirão é aumentar a velocidade média do transporte coletivo na área central.
Atualmente, a média dos ônibus na região é de 11 km/h e, com as faixas, deve aumentar para 18 km/h.
Como contrapartida às vagas perdidas, a Transerp quer transformar em Área Azul estacionamentos hoje livres em ruas do entorno. A previsão da empresa municipal é criar 268 novas vagas.
Perderão estacionamento trechos da Visconde de Inhaúma (entre a rua Lafaiete e a avenida 9 de Julho), Barão de Amazonas (entre a 9 de Julho e General Osório), Lafaiete (entre José Bonifácio e Floriano Peixoto) e Florêncio de Abreu (entre Floriano Peixoto e Cerqueira César).
Além da preocupação com a falta de vagas para estacionar, os comerciantes criticaram o alto número de ônibus que passam no centro.
"Eu vejo de manhã o ônibus entrar e sair do centro cheio. Às vezes o passageiro sai de casa para um bairro vizinho, mas o ônibus passa pelo centro antes", disse o comerciante Márcio Soares.
QUEIXA
Ele afirmou ser contra as medidas da Transerp e disse que, caso sejam implantadas, vai tentar articular protestos.
"Essa mudança vai inviabilizar nossa vida, então vamos inviabilizar o plano de vocês [Transerp]. Tudo será feito dentro da lei, mas nós vamos inviabilizar o projeto."
O comerciante teve o apoio de outros presentes e chegou a ser aplaudido. A forma de inviabilizar, segundo ele, seria protestar contra as mudanças e alterações.
Uma das representantes do comércio sugeriu que fosse feito um trabalho com os funcionários que estacionam no centro para que passassem a ir trabalhar de ônibus.
O superintendente da Transerp, William Latuf, disse que há um prazo para a implementação das medidas firmado com o Ministério Público. O compromisso faz parte de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre prefeitura, Promotoria e a concessionária do transporte.
"Gostaríamos de ouvir comerciantes para que cheguemos a uma solução que agrade à maioria", disse Latuf. Antonio Carlos Maçonetto, presidente da Acirp, sugeriu que a entidade peça a prorrogação do prazo, se preciso.