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Abertas nas férias, creches ficam vazias

Mesmo com acordo judicial que obriga a prefeitura a abrir unidades neste mês, nem 50% das crianças vão às aulas

Viagem e desinteresse são razões para as ausências, afirmam servidores; Defensoria diz faltar divulgação

Silva Junior/Folhapress
Gabriel, 4, na creche Emei Santa Terezinha, no Jardim Sumaré
Gabriel, 4, na creche Emei Santa Terezinha, no Jardim Sumaré

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Apesar do acordo judicial que obriga a Prefeitura de Ribeirão Preto a abrir todas as creches e pré-escolas municipais nas férias, menos da metade das crianças de até cinco anos de idade compareceu às aulas neste mês.

Há casos em que a presença é ínfima, como na Emei (Escola de Educação Infantil) Santa Terezinha, no Jardim Sumaré, onde apenas dois dos cerca de 350 alunos estavam ontem na aula.

Famílias em viagem, dias chuvosos e desinteresse estão entre as razões apontadas por funcionários de creches e pré-escolas para a baixa adesão. Já a Defensoria Pública, autora da ação que resultou no acordo, diz que falta mais divulgação sobre a existência do serviço.

Em sete Emeis -pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos- ouvidas pela Folha, havia menos de dez alunos ontem de manhã.

Na escola Santa Terezinha, Gabriel Calef, 4, era o único aluno do período vespertino e o único da sua turma do ano passado a ir para a sala de aula. Além dele, só havia mais um menino entre os alunos da Emei, na turma da manhã.

Quando a Folha visitou a escola, no início da tarde de ontem, outras quatro crianças brincavam com Gabriel: eram filhos de funcionários que estavam com as mães.

Como a mãe de Gabriel trabalha, é a avó da criança, Márcia Gonzalez Calef, 58, que o leva à Emei. "Ele [Gabriel] fica comigo, mas o trouxe [hoje] porque é ruim deixá-lo o dia inteiro em casa, só com adultos", disse.

Nas creches, que aceitam bebês de até três anos, a adesão é maior, mas ainda abaixo da lista dos pais que mostraram interesse em manter os filhos em aula em janeiro.

Inaugurada em junho, a escola Quintino Vieira, no Jardim Paiva, recebeu alunos de conjuntos habitacionais de ex-moradores de favelas.

Ontem de manhã havia 63 crianças na escola, que tinha 235 no ano passado.

Mesmo outras creches na periferia, com maior demanda, estão subutilizadas, de acordo com as próprias unidades ouvidas.

A creche Hortêncio Pereira da Silva, no Jardim Aeroporto, estava ontem de manhã com 51 crianças, metade do número de crianças na lista de pais interessados por vaga na creche para janeiro.

FALTA DE DIVULGAÇÃO

Na opinião do defensor público Victor Hugo Albernaz, não procede a afirmação de funcionários de que poucas são as mães que trabalham e precisam, de fato, deixar o filho na escola.

"A maioria das mães usa a creche por necessidade. Acho que a baixa adesão se deve à pouca divulgação", disse.

A reportagem tentou ouvir ontem a secretária da Educação, Débora Vendramini, mas ela não se manifestou.

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