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Nilza enfrenta desconfiança do mercado

Fechada há dois anos, empresa de Ribeirão tem dívidas de R$ 420 milhões e teve falência decretada pela Justiça

Fábrica, que já foi responsável por 15% do leite consumido em SP, planeja voltar a operar ainda neste mês

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A indústria Leite Nilza, de Ribeirão Preto, está enfrentando a dúvida do mercado de laticínios para recompor o antigo leque de fornecedores e voltar a produzir.

Fechada há dois anos, a Nilza tem dívidas de R$ 420 milhões e teve a falência decretada pela Justiça há um ano após suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro.

Parte dos credores é formada por ex-fornecedores. Para retomar o abastecimento, a negociação só foi fechada mediante pagamento à vista e fornecimento de uma quantidade menor do que a indústria poderia processar.

"Daria para começar com mais leite se tivéssemos fornecedor", disse Sérgio Alambert, presidente da Airex Trading -holding que assumiu o controle da indústria.

A Nilza deve voltar a operar até o fim deste mês, com o processamento de 100 mil litros de leite ao dia. O objetivo é quadruplicar a produção em quatro meses.

Os fornecedores, disse Alambert, são os mesmos de antes. "Quando a Nilza parou de operar, tínhamos mais de 300 tanques em fazendas da região e estamos renegociando os contratos para retomar o fornecimento", disse.

Segundo ele, cerca de 200 desses fornecedores ainda têm créditos a receber da empresa. Por isso, a estratégia foi pagar alguns centavos a mais por litro de leite e depositar todo o dinheiro à vista.

A empresa já foi responsável por 15% do leite consumido no Estado e em 2001 anunciou a venda de 400 toneladas de leite em pó para a Argélia, no norte da África, e de 16 toneladas de manteiga para a Arábia Saudita.

Enquanto o processo judicial corre na Justiça, a indústria está se preparando para entrar de novo no mercado de leite e mostrar que a empresa pode ser lucrativa.

As máquinas já foram limpas e os testes de envase estão sendo feitos neste mês.

Faltam duas licenças para a empresa operar, disse Alambert: da Cetesb (agência ambiental paulista) e SIF (Serviço de Inspeção Federal).

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