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Cury vai a júri popular 15 anos após o crime Decisão do TJ ocorreu por unanimidade; usineiro vai responder por homicídio qualificado e tentativa de homicídio Crime, ocorrido em 1997, teve grande repercussão na região; defesa diz que Cury agiu em legítima defesa GABRIELA YAMADACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO Quinze anos depois de um dos crimes que mais repercutiram em Ribeirão Preto, o TJ (Tribunal de Justiça) decidiu ontem, por unanimidade de votos, que o usineiro Marcelo Zacharias Afif Cury, 37, será levado a júri popular. Ele é acusado de ter matado duas pessoas e ferido uma terceira em frente ao Albanos, choperia badalada de Ribeirão na década de 90 (fechada em 2000), na zona sul (área nobre) da cidade. O colegiado irá julgar o usineiro pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Cury já havia sido mandado a júri popular pela Justiça de Ribeirão três vezes, mas, em todas elas, o TJ acatou os recursos impetrados pela defesa. Ontem, os desembargadores do TJ Luiz Pantaleão, Geraldo Wohlers e Luiz Antônio Cardoso mantiveram a última sentença -do juiz José Roberto Bernardi Liberal, dada em 2010- na íntegra. Da decisão sobre o júri popular, não cabe mais recurso Cury, que pode pegar até 30 anos de prisão -caso seja condenado-, responde ao processo em liberdade e nunca chegou a ser preso. Em 1999, ele foi condenado a dois anos e três meses de prisão albergue, mas um habeas corpus o livrou. Procurado por telefone no escritório duas vezes, o advogado que atua no caso, Newton de Souza Pavan, não foi encontrado para falar do caso. Segundo Heráclito Mossin, assistente de acusação, a defesa do usineiro ainda pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para afastar a qualificadora do crime (que alega que as vítimas não podiam se defender). Tradicional na região, a família de Cury é proprietária das usinas Maringá e Santa Rita. Cury já foi representado pelo ex-ministro da Justiça do governo Lula Márcio Thomaz Bastos e hoje é defendido pelo escritório de Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, secretário de Estado da Segurança Pública no governo Orestes Quércia (1987-91). O CASO E A FUGA Segundo a Promotoria, o crime ocorreu após uma discussão na choperia. De acordo com a acusação, Cury atirou duas vezes em João Falco Neto, acertando-o na cabeça. Depois, disparou cinco vezes na direção de Marco Antônio de Paula pelas costas e outras três em Sérgio Nadruz Coelho, 50, o único sobrevivente, ainda segundo a Promotoria. Coelho se mudou para o Rio de Janeiro e ainda sofre com sequelas. Após o crime, Cury fugiu para uma fazenda em Araraquara, de onde saiu em companhia do gerente Arquimedes Ramos Neto em um Audi. Na fuga, o carro capotou e Ramos Neto morreu. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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