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Sob risco de queda, árvores ficam sem monitoramento

Com o atual período de chuvas intensas, cresce a possibilidade de acidentes

Três das quatro maiores cidades da região não fazem monitoramento; queda de árvore matou uma pessoa em Batatais

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Três das quatro maiores cidades da região não monitoram as árvores ameaçadas (com cupins ou raiz podre). Apenas Franca faz verificação, no período de seca.

Em Araraquara, São Carlos e Ribeirão Preto, a retirada das árvores só é feita após reclamação dos moradores.

Em períodos de chuvas e ventos fortes, como neste mês de janeiro, o risco de queda aumenta -na semana passada, uma árvore caiu e causou a morte de uma pessoa em Batatais.

Especialistas dizem que a falta de monitoramento é um problema. "[A manutenção] Evitaria perdas econômicas e mortes", afirmou Gregório Ceccantini, professor de botânica da USP em São Paulo.

Em Araraquara, cidade com 90 mil árvores, 600 condenadas estão na fila de corte. Anualmente, cerca de mil são retiradas.

Paulo Maranata, secretário de Serviços Públicos do município, disse que não há manutenção preventiva. No ano passado, uma chuva de apenas 20 minutos derrubou 300 árvores na cidade.

Para o secretário, casos como esses são "atípicos, que não poderiam ser evitados".

Em São Carlos, a situação é parecida. Das 70 mil árvores, só 700 delas -que estão em praças públicas- foram avaliadas há três anos para identificar o risco de queda.

Dessas, 148 (21%) tinham algum problema (raiz fragilizada ou copa irregular) -25 foram cortadas na época.

As árvores de toda a cidade, no entanto, não têm essa verificação periódica.

Por isso, o "monitoramento" está aquém do adequado, segundo o próprio Mancini. "Seria preciso observar a saúde das raízes", afirmou.

Em outubro de 2010, uma araucária de três toneladas caiu em um temporal e matou uma pessoa. Aparentemente sadia, a árvore estava com a raiz apodrecida.

Em Ribeirão Preto, não há estimativa de quantas árvores crescem no município, primeiro passo para catalogá-las com dados sobre riscos de queda. A prefeitura também não informou quantas são retiradas.

EXCEÇÃO

Em Franca, o secretário de Serviços e Meio Ambiente Ismar Tavares disse que há técnicos vistoriando as 80 mil árvores em período de seca.

Para Ricardo Cardim, da ONG Amigos das Árvores de São Paulo, o quadro nas cidades brasileiras apresenta geralmente três problemas: cimento até a base do tronco da planta, podas irregulares que privilegiam a passagem de fios elétricos e o plantio de espécies inapropriadas para as áreas urbanas.

Para ele, os problemas não são motivo para desistir das árvores grandes. "Elas são necessárias para o meio ambiente. Já as plantas pequenas são só paisagismo."

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