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Chuva rápida põe em xeque obra de R$ 7,5 mi

Alargamento de córregos de Franca foi concluído com a promessa de acabar com as enchentes nos próximos 30 anos

Oposição ao prefeito critica as obras e diz que faltou planejamento; prefeitura afirma que chuva 'fugiu à regra'

Dirceu Garcia/Comercio da Franca
Vista de rotatória na Avenida Major Nicácio, alagada com uma chuva de 40 minutos de anteontem à tarde, em Franca
Vista de rotatória na Avenida Major Nicácio, alagada com uma chuva de 40 minutos de anteontem à tarde, em Franca

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A chuva de 40 minutos que caiu sobre Franca anteontem colocou em xeque as obras antienchente de R$ 7,5 milhões entregues em novembro de 2010 como a solução para o problema nas próximas três décadas.

As águas dos córregos dos Bagres e Cubatão invadiram as pistas das avenidas Hélio Palermo e Dr. Ismael Alonso y Alonso, locais que receberam investimentos em obras contra as enchentes.

A força da água derrubou duas grades de proteção nas avenidas Antônio Barbosa Filho e na Dr. Ismael Alonso y Alonso. Um homem teve o carro arrastado pela enxurrada e teve de ser resgatado na Hélio Palermo.

O próprio secretário de Segurança e Cidadania e coordenador da Defesa Civil, Sergio Buranelli, admitiu ontem que houve alagamento nos mesmos locais onde duas das obras foram feitas -nos córregos dos Bagres e Cubatão.

Para ele, as obras não puderam conter a chuva de quarta porque ela "fugiu à regra". A Prefeitura de Franca nega, no entanto, que as obras não tenham resolvido o problema das enchentes (leia texto nesta página).

Não se sabe ao certo o volume das chuvas, pois não há medição nos locais atingidos. Mas o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) fala em 15,4 mm e o pluviômetro da Estação de Tratamento de Água da Sabesp na cidade, 71,3 mm.

Já segundo a Defesa Civil do Estado, o volume das chuvas em Franca foi de 21 mm.

CRÍTICAS NA CÂMARA

Ontem, vereadores da oposição ao prefeito Sidnei Rocha (PSDB) criticaram as obras. "Foram feitas com muito estardalhaço, mas não resolveram o problema", disse Vanderlei Tristão (PTB). "O planejamento não foi feito para conter chuvas fora da média", disse Silas Cuba (PT).

"Existia uma expectativa de que a obra desse vazão [aos córregos] nos próximos anos, mas isso não aconteceu", afirmou André Szabó, presidente da União das Associações Comunitárias de Franca e Região.

Para Cuba, os problemas causados anteontem foram agravados pela alta impermeabilização do solo da cidade.

"A administração liberou vários loteamentos ao longo dos córregos e isso fez com que o asfalto e as calçadas impedissem que a água escoasse para a terra", disse Cuba.

Ele também cita problemas na obra. Segundo o vereador, apesar do alargamento e do aprofundamento dos córregos, não há sistema de drenagem suficiente nas ruas.

Segundo moradores, por isso, as ruas da cidade ficam alagadas sem que a água escorra para o córrego.

"A chuva reprovou os trabalhos [as obras] da prefeitura", disse Tristão, que pode ser candidato a prefeito.

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