Após operação nos EUA, menina Júlia volta a Ribeirão
Garota de 5 anos, que tem paralisia cerebral, continuará tratamento em casa
Previsão de médicos americanos é que criança consiga andar sem nenhum tipo de auxílio em dois meses
Após permanecer quase um mês nos Estados Unidos e dar seus primeiros passos, Júlia Marchetti Ferraz, 5, voltou para Ribeirão Preto.
A menina, que tem paralisia cerebral e foi submetida a uma cirurgia após uma batalha judicial, chegou na quarta-feira (4) à noite.
"Agora, o tratamento é por aqui. Ela é uma vitoriosa e está muito feliz", afirmou o analista de sistemas Alexandre Ferraz, 42, pai da menina.
O caso de Júlia ficou conhecido por causa de uma disputa entre a família e a União.
A menina, que ficou na fila de espera do hospital americano Saint Louis Children's Hospital por um ano e quatro meses, quase teve a cirurgia cancelada porque o governo brasileiro se negou a pagar os custos da operação.
O pagamento, de US$ 44,2 mil, só foi feito após determinação do TRF (Tribunal Regional Federal), em janeiro.
Segundo o pai de Júlia, ela começa a fisioterapia em Ribeirão nesta sexta-feira (6).
A previsão é que, em 30 dias, a menina consiga andar sozinha com andador e muletas --hoje, sob auxílio de outras pessoas, a menina já dá alguns passos usando os equipamentos.
Segundo o pai, os médicos americanos afirmaram que, em dois meses, Júlia poderá caminhar sozinha, sem muletas nem andador.
No início, isso deve ocorrer apenas em ambientes fechados, para garantir que ela se sinta segura.
"Ela está fortalecendo a musculatura. Hoje, dá alguns passos e logo cansa, precisa descansar", disse.
Ferraz afirmou ainda que espera que a vitória da família contra a União possa servir de exemplo para que outras famílias também consigam o mesmo na Justiça.
EVOLUÇÃO
A menina ficou em pé e deu seus primeiros passos quatro dias após a cirurgia.
O momento foi filmado pelo pai e divulgado por ele em rede social, horas antes de embarcar de volta ao Brasil.
À família os médicos disseram que a recuperação de Júlia foi rápida.
O tipo de paralisia da criança é de nível 3 e, para ela, a cirurgia não é feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nem pela rede particular, segundo a Justiça.