Grevistas rejeitam nova proposta de reajuste
Prefeitura ofereceu abono de R$ 300 e aumento de 6,5% no vale-alimentação e na cesta básica; servidores pedem 13,11%
Novo protesto está marcado para esta terça em frente à prefeitura; nesta segunda, Dárcy despachou 'de longe'
Os servidores municipais de Ribeirão Preto rejeitaram nova proposta da prefeitura e continuarão em greve por tempo indeterminado. Nesta terça-feira (31), a paralisação completa uma semana.
O projeto previa um abono salarial de R$ 300 e aumento de 6,5% no vale-alimentação e na cesta básica.
Entregue por meio de ofício na noite desta segunda (30) ao Sindicato dos Servidores Municipais, a proposta foi votada em assembleia, em frente à prefeitura, e rejeitada por unanimidade. A categoria pede aumento de 13,11%.
"Essa era uma excelente proposta, mas iremos permanecer abertos ao diálogo", afirmou o secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior.
Ele foi escalado pela prefeita Dárcy Vera (PSD) para assumir uma das cadeiras da negociação com o sindicato após a substituição dos principais articuladores.
Isabel de Farias (Infraestrutura) e Osvaldo Ceoldo (Governo) foram substituídos depois de se tornarem alvo de duras críticas do presidente do sindicato, Wagner Rodrigues, na semana passada.
Ambos também comandam o COF (Comitê Orçamentário Financeiro) e foram acusados por Rodrigues de agir de "forma rasteira", em alusão ao fato de a prefeitura ter questionado a legalidade da greve na Justiça.
Ceoldo está de licença médica desde quinta-feira (26).
Marco Antônio dos Santos, secretário de administração e superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), também passou a integrar a mesa de negociações.
Com a continuidade da greve, os servidores planejam novo protesto em frente à prefeitura nesta terça. Nesta segunda, um ato fez com que Dárcy despachasse de longe.
Durante a manhã, ela se reuniu com secretários para definir a proposta apresentada na Secretaria da Fazenda e desmarcou uma reunião agendada para a tarde com vereadores e o sindicato.
"Com um protesto como esse, fica difícil fazer qualquer reunião na prefeitura", afirmou Walter Gomes (PR), presidente da Câmara.
Cerca de 2.500 funcionários públicos passaram pelo local para assinar o livro de ponto, segundo o sindicato.
Ao longo do dia, ao pelo menos 400 servidores permaneceram na praça em frente à prefeitura. Apenas um guarda-municipal fazia a segurança no local --a categoria também está paralisada.
Os principais serviços à população, como aulas municipais e atendimentos nos postos de saúde, também seguem prejudicados.