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Prefeitura recua após vetar pai e filho na mesma escola

Ordem era proibir matrícula em creches e pré-escolas onde servidor trabalha

Ideia surgiu porque houve casos de 'excesso de proteção' com alunos cujo familiar é servidor, afirma secretária

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Após ter vetado a matrícula de crianças em escolas onde pais, avós ou tios atuem como servidores municipais, a Secretaria da Educação de Ribeirão Preto voltou atrás.

A pasta havia mandado um comunicado às diretorias das escolas infantis anunciando a proibição. A medida gerou críticas de funcionários e do Sindicato dos Servidores Municipais.

Depois da polêmica, a secretária da pasta, Débora Vendramini, se reuniu anteontem com diretores de escola e suspendeu a proibição.

A proibição da secretaria havia sido informada por e-mail aos diretores de CEIs (Centros de Educação Infantil) e Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil).

O argumento oficial, segundo o e-mail, era de ampliar o "relacionamento e interações das crianças com outros adultos" que não os pais, avós ou tios funcionários (veja quadro nesta página).

À Folha, porém, Débora disse que a ideia surgiu após um "mal-estar entre servidoras" que, nos locais onde trabalham, tratavam com "excesso de proteção" os alunos que eram seus parentes.

A proibição de alunos e pais na mesma escola traria um transtorno para a família, na opinião de Donizete Barbosa, da área de educação do sindicato. "O servidor tende a se mudar para o bairro onde trabalha e acaba matriculando o filho lá, porque é o bairro onde a criança mora."

SURPRESA

Um servidor que pediu o anonimato surpreendeu-se com a notícia de que seu sobrinho deveria se mudar de escola. Ele conta que a criança mora perto da escola e que cuida do garoto "porque os pais trabalham longe".

Ele disse que houve colegas que cogitaram mudar de local de trabalho só para que seus filhos permanecessem na escola do próprio bairro. Ele não sabe se alguma mudança dessa se concretizou.

Outra servidora também reclamou à Folha, com a condição de ter o nome sob sigilo, do transtorno que seria levar a filha para outra escola, mais afastada, e conseguir chegar a tempo no trabalho.

Atuam em escolas da rede municipal cerca de 3.200 professores, educadores, cozinheiras e outros servidores.

Donizete diz que a medida exigiria grande mudança, porque a maioria dos funcionários têm algum grau de parentesco com alunos.

Apesar de a prefeitura ter recuado da decisão de proibir a matrícula, ontem, o filho de uma mãe servidora chegou a ser impedido de entrar na escola, de acordo com o vereador André Luiz da Silva (PC do B).

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