Leite Lopes vai superar 30 aeroportos, prevê empresa

	Márcia Ribeiro/Folhapress
	Do saguão, pessoas observam avião no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, que terá aumento no tráfego de cargas

Com o terminal internacional de cargas que a Tead Brasil começou a construir na última semana no Leite Lopes, Ribeirão irá movimentar mais cargas que todos os aeroportos administrados pelo governo do Estado, de acordo com estimativa da empresa.

O terminal começa a ser construído quase dez anos após a licitação que definiu o vencedor da obra e deve entrar em operação em 2013.

Segundo o coordenador do projeto da Tead, Rubel Thomas, a expectativa para exportação a partir do Leite Lopes é de 2.160 toneladas no primeiro ano. Já as importações previstas totalizam 4.320 toneladas no período.

Isso representa cerca de 6.480 toneladas de cargas internacionais movimentadas em um ano. Em 2011, os 30 aeroportos paulistas administrados pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), incluindo o de Ribeirão, movimentaram 5.024 toneladas.

A movimentação de cargas previstas é também sete vezes maior que a operada atualmente no Leite Lopes, já que em 2011 o aeroporto embarcou e desembarcou 889,8 mil quilos de mercadorias em voos domésticos, ou seja, menos de 1.000 toneladas.

As operações inicialmente incluirão três voos semanais para Miami (EUA).

A estrutura principal do terminal terá 9.231 metros quadrados de área construída e, segundo Thomas, terá câmaras frigoríficas, depósito de valores e espaços para Receita Federal, Anvisa e Ministério da Agricultura.

O custo para construção do terminal internacional, de acordo com a Tead Brasil, será de R$ 22 milhões, além de R$ 3,5 milhões já investidos ao longo dos últimos anos - R$ 25,5 milhões no total.

A área total ocupada pelo terminal será de 18.500 metros quadrados. Os trabalhos no Leite Lopes começam com a colocação de tapumes, medições e remoção de construções e outros obstáculos.

IMPACTO

Segundo o Daesp, o início das movimentações de cargas internacionais em Ribeirão não deve interferir na operação dos voos de passageiros (leia texto ao lado).

O economista, consultor em gestão estratégica e coordenador de pós-graduação da Anhanguera Educacional, Jair Casquel, disse que as perspectivas para o município são positivas com a implantação do terminal.

Para ele, a movimentação de mercadorias pode atrair novos empreendimentos para a cidade. "Uma empresa que trabalha com exportações, por exemplo, pode vir a se instalar em Ribeirão Preto se perceber que o aeroporto se tornou realmente viável", afirmou.

Segundo ele, porém, o projeto tem de ser tocado com "pé no chão" para dar certo.