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Faltam 8.400 vagas no ensino infantil

Cálculos do Ministério da Educação mostram que esse deficit atinge creches e pré-escolas de Ribeirão e Franca

Segundo o ministério, as duas cidades juntas precisariam de 42 novas unidades para resolver o problema

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Cálculos do MEC (Ministério da Educação) mostram que Ribeirão Preto e Franca precisam criar mais 8.400 vagas em creches (para crianças de zero a três anos) e pré-escolas (de quatro a cinco) para zerar seu deficit.

Na região, são as duas cidades com maior carência no ensino infantil.

Os dados servem de parâmetro para o governo federal financiar novas escolas de educação infantil, via programa ProInfância, que visa ajudar as prefeituras sem recursos na construção de creches.

Segundo o ministério, Ribeirão deveria criar mais 17 unidades infantis -com 200 crianças em cada escola.

Em Franca e em Barretos também faltam vagas.

Apesar de ter pouco mais da metade da população de Ribeirão, Franca tem uma carência maior: o ministério diz que faltam mais 25 escolas infantis na cidade-ou há carência de 5.000 vagas.

O cálculo é uma média ponderada, entre o total de crianças de zero a cinco anos em cada cidade brasileira e quantas delas estão matriculadas na rede pública.

Ao inaugurar mais uma pré-escola anteontem, a prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), voltou a dizer que sua gestão zerou a demanda por pré-escolas. Apesar disso, o principal gargalo da cidade, creches para crianças de até três anos, segue sem uma projeção oficial do município.

Desde que assumiu, a gestão Dárcy é questionada pela Folha sobre a fila de espera nas creches, mas afirma que não consegue projetar a demanda real porque a mesma mãe pede vaga em diversas escolas e distorce a fila (leia texto nesta página).

Maior município da América do Sul, a cidade de São Paulo, por sua vez, sabe qual é sua demanda: em junho, eram 147 mil as crianças esperando por vaga em creche.

'CIFRA OCULTA'

Os pedidos das mães por vagas -muitos deles só concedidos após intervenção judicial- são sinais de que há uma "cifra oculta" da fila por creches, afirmou à Folha o promotor Naul Felca.

"Não tenho dúvidas de asseverar de que o que nos chegou na Promotoria [de pedidos por vagas] está muito aquém da necessidade."

Ele estima que pelo menos mil crianças obtiveram vaga após mandados de segurança e ações civis públicas.

Pesquisadora da educação infantil, Bianca Correa, docente da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão, diz que não só a demanda real é maior, como as crianças mais novas (bebês) e as mais pobres são as que menos encontram vagas em creches.

Uma das razões para a pré-escola matricular mais do que as creches é o custo, segundo a pesquisadora.

Além do salário do docente de pré-escola ser mais alto, a estrutura de uma creche custa mais caro, o que exige salas específicas como lactário e cubas para banho.

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