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Casa com 34 trabalhadores é interditada por falta de higiene

Vigilância foi ao local após três operários da construção civil serem diagnosticados com catapora

Ministério do Trabalho deve visitar a moradia, em Ribeirão Preto, para avaliar as medidas que serão tomadas

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A Vigilância Epidemiológica de Ribeirão interditou uma casa onde moravam 34 trabalhadores da construção civil -a maioria migrantes-, no Jardim Eugênio Lopes.

De acordo a Secretaria da Saúde, funcionários da vigilância foram até o local após três operários terem sido diagnosticados com catapora no mês passado.

O órgão constatou as más condições de higiene no local, segundo a Secretaria.

Um dos operários chegou a ficar internado no Hospital das Clínicas, mas já teve alta.

Entre os problemas sanitários, foi constatado que todos os trabalhadores dividiam um único banheiro.

Os trabalhadores atuam em obras de prédios da Menin Engenharia.

A Folha esteve na casa e constatou que lá havia muita sujeira e lixo. A pia da cozinha estava quebrada.

Em uma edícula, construída somente com tijolos e que também servia para abrigar parte dos trabalhadores, não havia portas ou janelas.

A vigilância constatou que, no local, os homens dormiam em beliches quebrados e apoiados com tapumes.

Um vizinho, que não quis ser identificado, afirmou já ter encontrado 18 ratos dentro de sua casa por causa da sujeira que se acumula no imóvel.

Um dos trabalhadores, de 34 anos e que não quis se identificar por temer retaliações, afirmou que a maior parte deles é do Maranhão.

"Eu estou aqui porque preciso. Ninguém mora em um lugar como esse porque quer", disse ele à Folha.

Segundo ele, todos ficaram preocupados com um possível surto de catapora.

Procurada, a Menin Engenharia informou que a responsabilidade pela contratação e alojamento dos trabalhadores é de uma empresa terceirizada, a SR Prestação de Serviços, de São Paulo.

O auditor fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego em Ribeirão, Germano Oliveira afirmou, no entanto, que a Menin também tem responsabilidade sobre as condições de moradia dos operários, uma vez que ela contratou a empresa terceirizada.

"É comum que as construtoras tentem transferir a responsabilidade, mas o empreiteiro não responde sozinho."

Segundo ele, o ministério deve realizar uma vistoria no local para definir as medidas que serão tomadas contra a construtora, como a aplicação de multa.

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