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PF investiga contrabando de carros de luxo

Segundo a Polícia Federal, médicos de Ribeirão Preto circulavam ilegalmente em veículos com placas do Paraguai

Esquema, de acordo com delegado, ocorre em várias cidades brasileiras e livra motoristas de multas

DARIO DE NEGREIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A PF (Polícia Federal) apreendeu em Ribeirão Preto quatro carros com placas do Paraguai que circulavam ilegalmente pelas ruas da cidade.

O mesmo tipo de irregularidade ocorre em vários outros municípios brasileiros -como os próximos às fronteiras do país e na Baixada Santista-, segundo a PF.

De acordo com o jornal "Gazeta de Ribeirão", os veículos apreendidos na cidade circulavam com médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão. Procurada, a assessoria de imprensa do HC informou que não tinha sido comunicada sobre o caso.

Dois dos veículos apreendidos -ambos Hyundai Santa Fé- foram comprados na mesma revendedora, no Paraguai, por dois médicos.

ALTA VELOCIDADE

A polícia chegou ao primeiro dos carros depois que ele passou em alta velocidade por um agente da PF, que interceptou o veículo.

Em seguida, a polícia descobriu que outro veículo da mesma marca, também com placa do Paraguai, estava circulando na região do HC.

À Folha a PF não informou se os profissionais são do HC nem os nomes dos quatro motoristas.

De acordo com o delegado federal Paulo Víbrio Júnior, os veículos entram no Brasil pelo regime especial de admissão temporária -válido por 90 dias e com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.

Através dele, veículos estrangeiros podem ser expostos em feiras ou turistas têm autorização de circular com seus carros pelo país.

Segundo a PF, o esquema não tem relação com a quadrilha que, no ano passado, importava carros usados dos EUA (leia texto nesta pág.).

Os carros são comprados no Paraguai, diz ele, e cruzam a fronteira livremente, onde existe, segundo o delegado, um grave problema de fiscalização. "Lá, esse contrabando é tão comum que quase todas as revendedoras do lado brasileiro já fecharam."

De acordo com Víbrio Júnior, foram apreendidas na Baixada Santista, no ano passado, 12 camionetes contrabandeadas da mesma forma.

Além de comprar os carros por valores, segundo a PF, até 50% inferiores aos praticados no Brasil, os donos não pagam impostos de importação ou IPVA. "E pode tomar multa à vontade, porque a placa é do Paraguai", disse o delegado.

Quando apreendidos, os veículos são levados para a Receita Federal, podendo ser leiloados ou destinados a órgãos do poder público.

Os quatro proprietários irão responder por contrabando.

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