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Clima afeta cana e atrasa início da safra

Escassez de chuva atrapalha desenvolvimento da planta e faz moagem começar um mês mais tarde em Ribeirão

Produtividade também deve cair no início da safra; oferta mais baixa pode fazer preço do álcool aumentar

Silva Júnior/Folhapress
Canavial em formação na região de Franca; baixa produtividade no início da safra pode afetar preço do álcool combustível para o consumidor final
Canavial em formação na região de Franca; baixa produtividade no início da safra pode afetar preço do álcool combustível para o consumidor final

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Com canaviais comprometidos por variações climáticas desde 2010 e pela escassez de chuva em fevereiro e início de março deste ano, a safra de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto vai começar só em abril, cerca de 30 dias mais tarde do que em 2011.

O impacto negativo já é esperado na produtividade do início de safra, principalmente porque as variedades chamadas "precoces" da planta, aquelas que são colhidas primeiro, estão prejudicadas, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e produtores paulistas.

Na prática, esses fatores podem influenciar nos valores do álcool combustível, provocando altas nos preços ao consumidor.

O centro-sul do Brasil é responsável por 90% da produção nacional de cana, com 496,2 milhões de toneladas processadas em 2011. A região de Ribeirão Preto está inserida nesse montante.

O representante da Unica em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, afirma que já havia uma tendência das usinas para atrasar o início da safra, independentemente da escassez atual de chuva.

"Os canaviais sofreram com uma seca forte em 2010 e, no ano passado, algumas regiões ainda tiveram de enfrentar geadas. Tudo isso prejudica o ciclo todo", disse.

Segundo Prado, a quantidade de cana colhida na região no período 2012/2013 tende a ser um pouco superior à safra anterior.

Entretanto, para ele, apesar da maior área de cana, ainda haverá impacto na produtividade do setor na região, devido à baixa qualidade da planta. As perspectivas da produção nacional são semelhantes.

Victor Campanelli, dono de empresa que planta cana-de-açúcar em Bebedouro e fornece para usinas, também prevê início de safra fraco.

"É que 2011 foi bem mais chuvoso nesta época e esse é um período do ano em que a cana cresce bem [sob condições favoráveis]. O problema é que não choveu praticamente nada no final de fevereiro e início de março."

PREOCUPAÇÃO

Em média, Campanelli entrega às usinas 800 mil toneladas de cana por ano, mas viu sua produção baixar para 650 mil toneladas em 2011, ano em que o setor teve quebra de 12% na safra nacional.

"Nossa esperança está nas variedades de cana tardias. Se tivermos um inverno chuvoso e uma certa regularidade do clima, podemos recuperar um pouco dessa baixa produtividade inicial", disse.

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