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Dárcy será investigada por uso do cargo

Representação apura suposta exigência da prefeita para chefe demitir gerente de hotel que a criticou na internet

Gerente-geral prestou depoimento ontem no Ministério Público; em e-mail, ele chama a prefeita de 'Jezabel'

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

O Ministério Público Estadual apura se a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), utilizou seu cargo para pedir a demissão do gerente-geral do Residence Plaza Flat em abril do ano passado.

Ontem, o gerente Fransérgio Franzolini prestou depoimento ao promotor Sebastião Sérgio da Silveira. A representação foi feita pelo pré-candidato à prefeitura Fernando Chiarelli (PT do B).

O caso aconteceu após Franzolini, ligado ao PTN -partido que fez coligação com a prefeita nas últimas eleições-, disparar um e-mail criticando a saúde pública.

No texto, escrito em letras maiúsculas, Franzolini diz que foram gastos R$ 7 milhões para a Stock Car e que não houve investimentos para combater a dengue.

Ao se referir à prefeita, ele diz "Dárcy Jezebel (sic) da Silva Vera" e usa o nome da princesa fenícia duas vezes, comumente utilizado pelo próprio Chiarelli.

Jezabel, cuja história é conhecida no Antigo Testamento, é uma mulher com características violenta, herética e imoral, segundo Paulo Augusto Nogueira, professor de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo.

À Folha Franzolini afirmou que escreveu o e-mail depois da morte do pai de um amigo na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central e que não tem relação com o pré-candidato.

Segundo ele, a prefeita ligou para o seu celular, questionando o motivo de chamá-la de "prostituta" e, depois, entrou em contato com o superior hierárquico dele, José Donizete Pires Cardoso. "Ela falou para o meu chefe tomar providências e me demitir."

A demissão, no entanto, não ocorreu porque o gerente-geral enviou o recado de seu e-mail particular, segundo ele. A reportagem não conseguiu falar com Cardoso.

Franzolini trabalha no flat há 23 anos e afirma que estranhou o comportamento da prefeita de Ribeirão.

Ele ainda negou que tenha chamado Dárcy de prostituta. "Pelo o que sei, Jezabel não era prostituta", afirmou.

Segundo o professor da Metodista, nunca houve provas de que Jezabel fosse prostituta. "O termo 'prostituta' foi usado por profetas que não tinham tolerância, mas nunca saberemos quem foi Jezabel de fato", disse.

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